Às voltas com o confinamento e para passar um pouco do tempo, pós horário, do trabalho que
executamos, para levar a vida, navegamos pela internet.
De entre muitas outras coisas, constatamos, ontem, aquilo que, de há muito, nos tínhamos
apercebido: – para as bandas de Esmoriz, morou/mora um “ferreiro”, que tem uma “oficina e
uma forja”, há muito acesa.
Se não fosse uma grande anormalidade, patente nos números, que nos foram apresentados
pelo Conselho de Administração, sem a identificação do Técnico de Contas credenciado, até
nos teria passado despercebida a existência dessa “oficina”.
Com efeito, tendo por base os dados que nos foram/são dados a conhecer, na Farmácia Social,
propriedade de A Mutualidade de Santa Maria – Associação Mutualista, da qual nos
prezamos ser seus associados, há muitas dezenas de anos, verificamos, que as margens de
lucro bruto, tendo por base o preço de custo, apresentadas (bem diferente é obtidas de facto)
em 2017 e 2018, foram de cerca de 52%!, o que nos parece rondar o “crime de especulação”.
Que a comercialização de medicamentos é uma actividade rentável, já há muito que se consta
por aí e, também, de um administrador da MSM, já ouvimos dizer: “a farmácia dá muito
dinheiro”. Agora que a rentabilidade fosse de tamanha realidade, (se não é o fruto das
eventuais mutações de oficina), desconhecíamos.
Lemos, por que está publicado, nas contas de uma Associação mutualista, onde os dirigentes
(voluntários) são verdadeiros mutualistas, Instituição que é associada da União das
Mutualidades Portuguesas, e desta, é a sua Presidente a Mutualidade Santa Maria, dirigentes
que, pelos seus “préstimos”, em 2018 e 2019, nada receberam, como salário, e que
apresentaram uma margem bruta de lucro, tendo por base os mesmos pressupostos, que se
traduziu em cerca de 33%, o que, para nós, estará consentâneo com a realidade.
Mais verificamos, que a Entidade escrutinada, que não remunerou os seus Órgãos Sociais,
atitude que lhe louvamos, em contraste gritante com a “sinecura” dos que governam, a MSM,
os quais, no ano de 2019, em número de 3 (três), custaram à Instituição que “gerem e
governam”, a módica quantia de € 98.214,40 (encargos incluídos), cerca de um terço da verba
contabilizada como “quotas dos associados”. Tantos para quê e a fazer o quê!?
Como se torna evidente, se a “forja de fole”, por que antiga, não tivesse sido substituída por
uma “forja”, das modernas, com “ventoinha”, não daria vazão ao moldar de certos números,
para que, aos olhos dos outros, pareçam números certos.
Isto, é o que apuramos a partir dos dados, que nos vão chegando às mãos, oriundos da tal
“oficina”.
O voluntariado, não faz a diferença? Ter mais de 8 milhões de Euros, de Total de Fundos
Patrimoniais, é obra de bons – mesmo bons – gestores. Parabéns.
21/02/2021
Fernando Pereira Pinheiro – Sócio 7635 (MSM)
e
Florindo de Oliveira Pinto- Sócio 22530 (MSM)