Vá, Vá, Parabéns, Jesus da Nazaré! 🌟 Por Pedro Nuno
Pouco importa se se comemora o Natal ou não. Já não recebo prendas como recebia em outros tempos. Portanto, e como sou egoísta, estou-me a marimbar para o aniversário de Jesus.
Até Ele já deve andar um pouco cansado disto. Pelos menos, eu andaria. Muitos anos a viver por viver também farta. Depois, vem a comida: mesas empanturradas e preenchidas com tudo aquilo que, mais tarde, irá provocar o avolumar da conta bancária de nutricionistas, ‘personal trainers’, dentistas, entre outros bafejados pela sorte.
Comer, comer e voltar a comer para, depois, sentarmo-nos no sofá ao lado de um parente afastado qualquer com hálito a cheirar a alho e a ressonar de forma sísmica: é horrível! E o tema de conversa, qual é, qual é? Covid para ali, vírus para além. “Ah, que isto anda tudo tão mal”, “as coisas cada vez estão mais difíceis” e “o mundo está cada vez pior” são exemplos de frases obrigatórias de serem ditas, em família, em espírito natalício, para fazer passar aquela tristeza folclórica, melancólica e praticamente obrigatória (a roçar dogmas medievais e religiosos extremos) tão característica dos nossos.
Salva-se o imaginário das crianças. Salva-se a sua ingenuidade e rectidão de pensamentos natalícios que as alimenta de forma romântica e genuína. Foi esse o lado bondoso do “bicho”: não submeter as crianças à vulgarização estapafúrdia das modas natalícias que banalizam multidões e, por consequência, mentalidades de gerações que não merecem ser “nataliciamente” escravizadas.
Bem, agora que já fiz tempo suficiente para que o meu vizinho conseguisse devastar o seu quintal de plantas invasoras e coisas assim, vou até lá entregar-lhe meia-dúzia de compotas de fruta de época, como sugeriu a sempre aprazível DGS, com a cumplicidade e fofura do nosso primeiro-ministro.
Vá, vá, sejam felizes! Só e apenas!
Pedro Nuno