“A ULS EDV irá iniciar os trabalhos de transição, procurando assegurar que o processo decorra com total normalidade, com respeito pelos profissionais e procurando criar as condições para que os utentes não sintam nenhum constrangimento no normal funcionamento das unidades de saúde”, adiantou o presidente do conselho de administração da referida estrutura, Miguel Paiva.
A administração da ULS informa que a mudança também implica que todas as unidades de saúde de Ovar e respetivos funcionários serão integrados na estrutura que, desde 1 de janeiro de 2024, gere 57 unidades em cinco municípios do EDV e agora passará a tutelar igualmente as suas congéneres do concelho vareiro.
Manifestando “total abertura à inclusão do Hospital Francisco Zagalo e das unidades de cuidados primários de Ovar” na ULS sediada na Feira, o mesmo responsável acrescentou à Lusa: “Assim que este processo esteja concluído, iremos trabalhar no sentido de assegurar uma adequada integração de todas as unidades no nosso projeto assistencial, sempre com o objetivo de garantir melhor acesso aos cuidados de saúde, mais proximidade aos utentes, melhor rentabilização dos recursos disponíveis e mais qualidade de serviço”.
Miguel Paiva está confiante de que a mudança agora anunciada “será um passo importante para reforçar a confiança dos cidadãos no SNS”.
A inclusão das unidades de saúde de Ovar na ULS EDV, marcada para 15 de setembro, coloca um ponto final na contestação social e política que, desde o início de 2023, se opunha à referenciação dos utentes vareiros para os hospitais de Aveiro e Coimbra, situados a distâncias maiores e mais dispendiosas do que as opções associadas à Feira.
A data agora anunciada constitui um avanço em relação às primeiras negociações com o Governo de Luís Montenegro, já que as previsões iniciais apontavam o dia 1 de janeiro de 2025 como data limite para formalizar a transferência administrativa das unidades de Ovar para a ULS EDV.
Na prática, os utentes de Ovar já recorriam aos serviços do Hospital da Feira para emergências, a distâncias entre cinco e 20 quilómetros, mas tinham que deslocar-se a Aveiro ou Coimbra para “cuidados de saúde secundários, terciários e oncológicos”, o que podia implicar viagens de 55 a 105 quilómetros.
Com a integração na ULS EDV, as consultas dos utentes de Ovar passarão a ser encaminhadas para o São Sebastião, para os outros dois hospitais da mesma rede (em São João da Madeira e Oliveira de Azeméis) ou para as unidades de Gaia e Porto que já vêm complementando a resposta da Feira em especialidades como dermatologia – sendo que, embora mais distantes, esses últimos hospitais continuam a ser mais próximos de Ovar do que os de Aveiro e Coimbra.
