Tiago Patrício encantado com o Museu
A 35.ª edição do “À Palavra no Museu de Ovar”, na passada sexta-feira, contou com a participação do escritor, Tiago Patrício, que nesta deslocação de Lisboa a Ovar, participou ainda numa sessão com alunos da Escola Secundária José Macedo Fragateiro.
O autor do romance “Trás-os-Montes”, premiado com o Prémio Agustina Bessa-Luís e vencedores de prémios como, Daniel Faria e Natércia Freire em poesia, começou por enaltecer as características do Museu de Ovar, que visitou, considerando-o “interessante, porque não há nada de artificial”. O ambiente etnográfico levou Tiago Patrício a fazer uma certa analogia com a sua infância vivida exactamente em Trás-os-Montes.
Tiago Patrício nasceu no Funchal, em 1979, e foi viver para Carviçais, com apenas 9 meses. Até fazer da escrita profissão, o escritor falou do seu percurso de vida, dos cursos adiados, do ingresso na Escola Naval ou do trabalho como farmacêutico em 2007, que abandonou para optar então pelo de escritor, quando venceu o prémio Jovens Escritores e foi seleccionado pelo Clube Português de Artes e Ideias para uma residência em Praga.
A “melancolia” que o levava a questionar as diferentes fases da sua vivência profissional, como referiu, lembrando os dois anos na Marinha, em que, “estava na Base Naval, olhava para Lisboa e interrogava-me se tinha vindo de Trás-os-Montes para estar ali”, só mesmo a escrita e o teatro curaram.
O evento, que decorreu na noite dos eventos trágicos de Paris e por isso não pôde a eles ficar indiferente, terminou com uma partilha de ideias futuristas sobre a possibilidade de vir a haver uma máquina capaz de escrever um romance ainda que segundo a supervisão do escritor humano que assim se poderia libertar deste trabalho.
Ainda em novembro o À Palavra conta com a presença de Bruno Vieira Amaral, vencedor do Prémio José Saramago com o livro “As primeiras coisas”.