CulturaPrimeira Vista

Tenha cuidado, muito cuidado com o cão de louça

Estamos a passear pela praia que resiste e pela Avenida Marginal da praia do Furadouro.

Está ali um cão a mirar o mar. Parece real. Somos abordados por um local que nos lembra que no terraço daquela vivenda que já foi pintada de verde água, havia um grande Dálmata de louça.

Quem conhece e frequenta a praia do Furadouro sempre conheceu aquela como sendo a “casa do Dálmata”.

Uma icónica vivenda situada em frente da praia que era guardada por um dálmata de loiça.

Sinal dos tempos, a casa deixou de ser de uma família, e passou a ser um alojamento local e o cão que era um altivo dálmata, foi pintado de branco e colocaram-lhe uma coleira dourada.

O que era querido, kitsch e um ícone do Furadouro, tornou-se banal.

Do interior sai num repente um casal de espanhóis. Ela, na casa dos 50 anos, e ele, dos 60. São de Salamanca e escolhem sempre o Furadouro para passar as férias de Verão.

“Tem muita tranquilidade”, descrevem. Ele é médico reformado, rla é médica de medicina geral e psicóloga.

“As pessoas daqui são amáveis. Em especial os homens, que acho particularmente bonitos”, diz, com sorriso.

Faz questão de sublinhar que se vivesse nesta moradia mudaria muita, muita coisa. “Rasgava mais janelas na parede, queria o mar a entrar mais cá dentro. Ou a casa mais virada para fora”.

E o Dálmata? – perguntamos. Ela abre os grandes olhos castanhos esverdeados e sorri de novo. Pablo responde por ela: “Ese perro es muy dócil, no muerde”.

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