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SV Pereira: Altar Judaico trouxe benefícios? Eis a questão.

Foi em 2018 que a Câmara Municipal de Ovar adquiriu um imóvel, em São Vicente de Pereira, por 125 mil Euros, e que em 2020 foi classificado de interesse público, por englobar Aron Hakodesh, termo hebraico para armário da Lei ou arca sagrada onde se guardaria o pergaminho
manuscrito dos textos judaicos. Trata-se de um armário pentassecular, em pedra embutido na parede do edifício.

A autarquia adquiriu o imóvel e em 2021 assinou o contrato de aquisição de serviços para a “Intervenção patrimonial no Haron Hakodesh” com a empresa Nexo Património Cultural, Ld.ª, por 33.655 Euros e com prazo de 200 dias para realização de ações de conservação e restauro, assinalando-se desta forma, o início formal do projeto “ARHK | Espaço Memória”.

Este foi um investimento de cerca de 130.000€, suportado por um investimento elegível de cerca de 85.000€ e um apoio ao investimento de cerca de 45.000€. O objetivo, deste investimento, dizia Salvador Malheiro, era “incluir Ovar na Rota da Judiaria, contribuindo, também por esta via, para o desenvolvimento turístico e económico do concelho, atendendo ao valor patrimonial, cultural e histórico deste local”  recordou o socialista Alcides Alves em sessão do executivo. “Uma nova dinâmica que se pretende implementar em S. Vicente de Pereira” com a articulação de outros projetos que estão em fase de preparação, nomeadamente na área do Turismo, tirando partido dos diversos elementos de interesse que este
território oferece, da sua “ruralidade” e, especialmente, do valor identitário desta comunidade.

O projeto “ARHK | Espaço Memória” pretende criar condições para o
desenvolvimento e acolhimento de diversas ações, tais como: um espaço para apoio à realização e acolhimento de ações de interesse cultural; um espaço para o registo, salvaguarda, conservação e restauro das estruturas e infraestruturas (casa agrícola,
atafona (moinho) ARHK); mecanismos de informação e musealização do espaço que integra o bem cultural; levantamento e registo do património imaterial (memórias, rituais e festividades) e outros elementos relacionados com o espaço e a comunidade local, eventos culturais diversos.

Agora, decorridos mais de 5 anos, gastos mais de 250.000€, o Alcides Alves questionou “que mais valia trouxe a S. V. de Pereira este investimento?”

Sobre o altar judaico, o presidente Domingos Silva expressou a intenção de solicitar aos serviços um relatório do estado do projeto, mas argumentou que o espaço terá outros “elementos de interesse para o Município, como seja a Atafona existente, o que motivou a aquisição do espaço”.
Relativamente às obras efetuadas, sugeriu que “apenas se procedeu à limpeza do espaço e instalação
de estrutura para preservação dos elementos”.

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