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Rui Zink é um dos convidados do Festival Literário

Ovar volta a ter Festival Literário. A quinta edição do certame vai decorrer, novamente, no Jardim do Cáster, de 12 a 15 de Setembro, e um dos convidados confirmados é Rui Zink, que acaba de lançar “O Manual do Bom Fascista”, um “conjunto de lições para fascistas bem-sucedidos ou um alerta sobre a ideologia que voltou para assombrar os nossos dias?”.

Hoje em dia, qualquer um pode ser fascista, mas será que consegue ser um bom fascista? Partindo desta premissa, Rui Zink redigiu mais de 100 lições e compilou-as no “Manual do Bom Fascista”, publicado pela editora “Ideias de Ler” e já disponível nas livrarias de todo o país.

Em vésperas de um período eleitoral que se adivinha intenso, Rui Zink analisou a actualidade, estudou os sinais, uniu os pontos e concluiu que, passados cerca de 100 anos, a ideologia que assombrou o globo e foi responsável por alguns dos mais negros episódios da história mundial volta a ganhar seguidores.

Perante a impossibilidade de, sozinho, condicionar o curso da humanidade, o escritor e professor universitário vem a Ovar convidar os leitores para uma reflexão conjunta e desafiá-los a lerem este livro de uma de duas formas: “Um alerta sobre a ascensão do fascismo e a forma como todos contribuem para a sua propaganda ou como um simples manual que vai ajudar os leitores a descobrirem o bom fascista que há em cada um” – contando, para isso, com a ajuda de um “fascistómetro” composto por 14 perguntas.

O “Manual do Bom Fascista” questiona o “quanto de fascista há em si”. “Estará o fascismo entre nós ou dentro de nós?”. O livro é um compêndio sobre a ascensão do fascismo dividido em 100 lições (ou mesmo mais) acessíveis a aprendizes de todos os níveis.

“Alguns dirão que este livro é uma chamada de atenção para o crescente poder do neofascismo, convidando a uma reflexão urgente sobre o modo como todos contribuímos para a propaganda desta ideologia”, adianta Rui Zink. No entanto, talvez o livro seja mesmo apenas aquilo que parece: um manual de instruções para ajudar o leitor a descobrir o bom fascista que há em si, e como o alimentar melhor, quais as vitaminas a tomar, os exercícios a fazer, a fim de o aperfeiçoar. A bem da nação, obviamente.

Com “amor e carinho”, Rui Zink apresenta-nos um ensaio sobre a ideologia que voltou para assombrar os nossos dias e, “se não nos pusermos a pau, os dos nossos bisnetos”. Cientificamente concebido como guião, o “Manual do Bom Fascista” inclui casos que podem ser reais e um fascistómetro para o ajudar a ser um fascista bem-sucedido.

Reconhecida autoridade no estudo do fascismo, a dedicação de Rui Zink à fachologia levou-o, entre 1961 e 1974, a fazer trabalho de campo num país em ditadura. Desde então tem continuado as suas investigações, aquém e além-mar. Em 2017, o seu estudo “A Instalação do Medo” recebeu, mesmo, em França o prémio Utopiales para melhor romance estrangeiro.

A 5ª edição do Festival Literário de Ovar celebra Sophia de Mello Breyner e o Mar durante quatro dias dedicados à literatura, que contarão com a presença de mais de 40 autores e ilustradores conceituados, apresentações de livros, sessões de autógrafos, performances de poesia, entre outros. Ver programa.

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