Rei Pão-de-Ló pediu “cuidado com as imitações”
Mesmo em letras pequeninas e depois de um animado cortejo, o Rei D. João leu o seu bem-disposto discurso à nação carnavalesca, no qual anunciou aos “foliões e cabeçudos” que vai apresentar a candidatura do Pão-de-Ló de Ovar a Património Gastronómico Mundial.
Mas para que isso aconteça, “terá que ser provado por todos os representantes deste Parlamento (formado pelos grupos e escolas de samba que intervieram na sessão) que, para isso, terão de provar do meu Pão-de-Ló”. Depois de aconselhar “cuidado com as imitações de crosta grossa com mel à mistura para escorregar melhor”, prometeu que “a degustação será acompanhada por algumas gotas de vinho carrascão que jorrará dos barris do mau palácio que oportunamente mandarei distribuir gratuitamente pelas tascas e tabernas do meu Reino”.
Falando da entrada dos Paços do Concelho, D. João anunciou ainda que a proposta de lei do contrato provisório celebrado entre o seu governo e uma cervejaria foi ontem mesmo aprovado, “dada a urgência do assunto e que vos permite o consumo livre e desenfreado de cerveja, sem que com isso ponham em causa a ordem moral e material do reino”.
“Viva a alegria!”, gritou, logo secundado pelos súbditos que enchiam a Praça da República e pela Rainha D. Sofia, “A Padroeira do Azulejo” que está de esperanças devendo, brevemente, dar à luz vários azulejos pequeninos de padrões seculares para fazer companhia aos outros que estão no atelier do Rei.
O Monarca revelou também que dará “oportunidade aos foliões da maior nação carnavalesca do país de apresentarem propostas culturais, muito embora a pasta económica e financeira esteja como a camada do ozono, com um enorme buraco”.
Antes, já o presidente da Câmara Municipal de Ovar, Salvador Malheiro entregou as chaves do “reino” e lembrou que agora quem governa é D. João. “O nosso Carnaval não é melhor ou pior que os outros, mas é o nosso” e vincou o nome “bonito” dos Reis, Pão-de-Ló e Ovar e a Padroeira do Azulejo.