“O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) tem uma falha grave que nos diz respeito”, lamentou, na última Assembleia Municipal, o chefe do executivo, Salvador Malheiro. Depois de ter havido o compromisso, por parte do Ministério do Ambiente de que estariam contempladas as obras de engenharia pesada para combater a erosão costeira no concelho de ovar, agora olhamos para o documento e não temos previsto um cêntimo para a protecção do litoral”, criticou.
O autarca social-democrata assevera que “os nossos contributos foram imensos mas o resultado final não permite dar resposta às necessidades do nosso território”. E acrescentou: “Vê-se um PRR sem visão estratégica para década, um plano não do país mas apenas do Estado”.
Recorde-se que em setembro do ano passado foi anunciado que a “bazuca” da UE iria financiar a construção dos quebra-mares no concelho de Ovar. Salvador Malheiro teria a promessa da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) que o pacote financeiro para fazer face à pandemia financiaria de imediato a construção do primeiro quebra-mar no Furadouro.
Entretanto, o Ministério do Ambiente terá informado a autarquia que a referida obra volta para onde estava com os resultados que se conhecem. Será financiada pelo POSEUR – Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos. Seja como for, não se confirma a promessa do Ministro do Ambiente de que a protecção do Furadouro era prioritária.
Na mesma reunião do órgão deliberativo, Fernando Almeida (CDS), sugeriu a formação de “uma troika composta por um representante de cada partido político, o Presidente da Assembleia Municipal e o Presidente da Câmara Municipal com o objectivo de lutar pela defesa da nossa costa e ir a Lisboa falar com todos os partidos, Governo e outras instituições exigindo uma intervenção urgente”.
