Primeiro-Ministro inaugura a Fábrica da História – Arroz em Estarreja
Depois de um processo de reabilitação da antiga “Hidro-Elétrica” de Estarreja, antiga fábrica de descasque de arroz, nasce agora o museu Fábrica da História – Arroz. Com inauguração marcada para este sábado, dia 14, às 17h00, o museu é um espaço museológico vivo de referência, inclusivo e de memória coletiva ligado ao território e à identidade do cultivo do arroz no Baixo Vouga Lagunar. A cerimónia será presidida pelo Primeiro-Ministro de Portugal, Luís Montenegro, acompanhado pela Ministra da Cultura, Dalila Rodrigues.
Invocar o papel do cultivo do arroz no território estarrejense
Baseado na história do passado, este projeto pretende tornar a cultura do arroz em futuro. O circuito museológico, com recurso a novas tecnologias, procura o reencontro com as técnicas, os métodos e os saberes das atividades produtivas tradicionais do cultivo do arroz, potenciando a leitura e a interpretação da relação harmoniosa entre as atividades do homem e da natureza.
A coordenadora do museu Fábrica da História – Arroz, Juliana Cunha, realça que o projeto “envolveu a comunidade na construção do percurso expositivo”. A exposição permanente contará a “história da cultura do arroz no concelho de Estarreja e da indústria do descasque, sem esquecer as gentes da terra que estão envolvidas neste património identitário.”
A coordenadora garante que todos usufruirão de uma experiência ímpar, e sem desvendar muito, porque o melhor é mesmo conhecer ao vivo e a cores, conta que os visitantes terão a oportunidade de contactar com uma “instalação do arrozal que recriará todo o ciclo do cereal; visualizar um documentário que conta com a voz da comunidade; ou descobrir um dos grandes objetos da exposição: a debulhadora de arroz, uma máquina tradicional única, datada da década de 40”.
Este museu, que se quer próximo das pessoas, além da exposição permanente, conta com um programa de atividades educativas e divertidas, promovidas pelo Laboratório de Aprendizagem Criativa – LAC do Município de Estarreja, que permitirão descobrir todos os detalhes do cultivo do arroz através de espetáculos, oficinas, workshops, e visitas diferenciadoras.
O museu além do impacto cultural, pretende impulsionar a economia local e o turismo
Mencionando em primeiro lugar “o envolvimento da comunidade no processo de preparação do Museu Fábrica da História – Arroz, desde as pessoas ligadas à memória daquele espaço, até aos orizicultores, numa apropriação afetiva do projeto, o que, desde logo, tem um enorme impacto social”, Isabel Simões Pinto, vereadora da cultura, salienta que “salvaguardar o património cultural, valorizar o património natural e incrementar e encorajar a cultura do Arroz, tão identitária do nosso território, são os grandes objetivos deste projeto museográfico que se enquadra na estratégia integrada de desenvolvimento municipal e promoção do território.”
Por outro lado, “este será um polo de captação de maior fluxo turístico, atraindo públicos específicos que valorizam experiências ligadas à história, arte, cultura e natureza, que ao permanecerem mais tempo em Estarreja contribuem para dinamização da economia local, particularmente na área da restauração e hotelaria. Mas acima de tudo, este novo equipamento cultural municipal, pela estratégia da sua narrativa e dinamização, será a alavanca para o incremento da produção de Arroz no nosso território, Baixo Vouga Lagunar, criando ou a melhorando as condições de trabalho dos campos de arroz de Canelas, Fermelã e Salreu, em estreita articulação com os poucos orizicultores que ainda persistem e garantem a continuidade da cultura deste cereal, que tem características únicas, incentivando-os a ampliar a sua área de produção e, simultaneamente, reclamando mais e melhores condições e apoios para os orizicultores junto das entidades competentes.”
Entradas gratuitas em mês de abertura
Localizado na Rua Dr. Dionísio de Moura, no centro da cidade de Estarreja, perto da estação de caminhos de ferro, este novo espaço museológico foi edificado a partir das ruínas da antiga fábrica de descasque de arroz, a “Hidro-Eléctrica” de Estarreja (que funcionou de 1922 até ao final da década de 80), e após a obras reabilitação e adaptação do edifício que implicou um investimento global de 1,7M€ (1,2M€ na empreitada, acrescidos de 500 mil euros na museografia) , com uma comparticipação comunitária através do Portugal 2020 de 870 mil euros. A empreitada promovida pela Câmara Municipal de Estarreja insere-se na regeneração urbana daquela zona da cidade.
A inauguração é já este sábado, dia 14, às 17h00, e todos estão convidados a assistir e a participar em diversas atividades criadas especialmente para marcar esta data especial. O programa completo está disponível no site oficial do museu (www.fabricadahistoriaarroz.pt). Este novo espaço cultural da cidade estará aberto de terça-feira a sábado, das 10h00 às 18h00, e encerra aos domingos, segundas-feiras e feriados, e até ao final do mês de setembro, as entradas são gratuitas.