Portugal na final de natação sincronizada de equipas
Filipa Faria, Beatriz Gama, do OvarSincro, integram a equipa lusa
O apuramento, esta sexta-feira, da equipa portuguesa para a final de esquema livre em natação sincronizada, no sábado, com 74,2333 pontos, já cumpre o objectivo de superar a estreia em campeonatos europeus, afirmaram as nadadoras. Depois de, em 2016, terem somado na final 71,800 pontos e terminado no fim da tabela, o desempenho desta sexta-feira é a prova de que a modalidade está a evoluir e a crescer.
Portugal ficou mais de 21 pontos atrás da líder Rússia, pentacampeã olímpica da modalidade, que nas qualificações da manhã pontuou com 95,500.
A rotina é avaliada por três painéis de cinco árbitros, indicados pela Federação Internacional de Natação (FINA) e representantes dos países membros, que avaliam os exercícios, de acordo com a dificuldade, impressão artística e execução.
Da equipa de Bárbara Costa fazem também parte Filipa Faria, Beatriz Gama, do OvarSincro, e ainda Francisca Fonseca, Maria Beatriz Gonçalves, Maria Do Carmo Martins, Mariana Teixeira, Cheila Vieira e as suplentes Filipa Coelho e Bruna Garcia.
Com idades entre os 16 e 20 anos, só tiveram duas semanas juntas em estágio, pelo que o trabalho é feito sobretudo nos respectivos clubes (OSCN/Ovar Sincro Clube de Natação, GesLoures e Foca/ Clube de Natação de Felgueiras).
“A nossa motivação é gostarmos de trabalharmos juntas e de sabermos que vamos abrir portas para outras”, garantiu Filipa Faria, nadadora do OvarSincro e considerada uma das veteranas, apesar de ter apenas 20 anos.
“Só treinamos o esquema nos estágios, quando conseguimos dedicar sete horas por dia. Os nadadores dos melhores países treinam o dia inteiro, mas nós temos de conciliar a vida escolar”, referiu Bárbara Costa, que estuda engenharia de telecomunicações ao mesmo tempo que representa o GesLoures.
A Federação Portuguesa de Natação começou a investir em 2014 na natação sincronizada, denominada oficialmente de Natação Artística desde 2017, e dois anos depois assegurou a participação no Campeonato Europeu, seguido da presença no Mundial de 2017, mas apenas em duetos.
O objectivo será o apuramento para os Jogos Olímpicos, que é mais difícil em equipas por causa da forte competição de alguns países com grande tradição na modalidade.
Enquanto que em Portugal o recrutamento é feito entre praticantes de natação pura, na Rússia, por exemplo, as nadadoras artísticas começam na disciplina logo aos cinco anos, mal sabem nadar.
“Portugal é o país mais recente em competições europeias em termos coletivos, mas já está a competir com países como a Turquia ou com Alemanha, para os quais reduzimos a pontuação de seis para dois pontos”, afirmou à Lusa a diretora técnica nacional, Mariana Marques.
A continuidade da participação portuguesa em provas é importante para mostrar aos juízes internacionais a progressão de Portugal, mas também para projectar as nadadoras, que ambicionam o estatuto de atletas de alta competição.
A evolução tem, no entanto, um preço, referiu Maria do Carmo Martins, de 20 anos e nadadora do GesLoures: “Quanto mais alta é a pontuação, mais difícil é subir. É uma questão de perfeccionismo em detalhes muito pequenos”.
Portugal também participou hoje na final de dueto Esquema Técnico, na qual Maria Beatriz Gonçalves e Cheila Vieira terminaram em 17.º lugar, com 73.1501 pontos, ainda assim melhor do que os 71,7694 pontos somados nos Mundiais 2017 de Budapeste.
Além da final em equipa em esquema livre, no sábado, Portugal ainda vai participar nas disciplinas de dueto Esquema Livre, e Esquema livre combinado de equipa, no domingo.
Os Campeonatos Europeus de desportos Aquáticos incluem Natação pura e Natação em Águas Abertas e decorrem até 09 de agosto, enquanto que a competição de Mergulho será entre 06 e 12 de Agosto.
Os desportos aquáticos fazem parte dos campeonatos da Europa de seis modalidades que decorrem em Glasgow até 12 de Agosto e que incluem também ciclismo, ginástica, remo, triatlo e golfe e nos quais participam, no total, 60 portugueses.