Policiamento de Proximidade – Por Diogo Sousa
A segurança pública é crucial para garantir a qualidade de vida e o bem-estar dos cidadãos. No entanto, a forma como as forças policiais operam e se relacionam com a comunidade pode influenciar diretamente a confiança na justiça e na autoridade. Neste contexto, o policiamento de proximidade apresenta-se como a abordagem mais adequada, apostando numa presença visível, contínua e tecnológica, mas sem cair no exagero do aparato, e promovendo uma relação de confiança entre os agentes e os cidadãos.
O policiamento de proximidade distingue-se pela presença física e constante de agentes da autoridade nas ruas, não apenas para responder a ocorrências, mas também para prevenir infrações e reforçar a sensação de segurança. Esta abordagem, longe de ser uma manifestação ostensiva de poder, cria um ambiente de maior tranquilidade, inibindo comportamentos ilícitos e mostrando que as forças de segurança estão disponíveis e acessíveis. Quando os cidadãos percebem que a polícia está atenta e próxima, sentem-se protegidos, o que contribui para uma maior coesão social e para a perceção de um espaço público mais seguro.
Mas a presença física não é suficiente. A integração de tecnologias, como os scanners automáticos de leitura de matrículas instalados nas viaturas policiais, é fundamental para aumentar a eficiência do trabalho policial. Estes dispositivos permitem identificar, em tempo real, veículos associados a práticas ilícitas. Esta ferramenta representa uma vantagem clara pois evita abordagens aleatórias e concentra os esforços das forças de segurança onde são realmente necessários.
Outro elemento central para o reforço da confiança mútua é a implementação de bodycams para todos os agentes. A sua utilização garante que todas as intervenções policiais são documentadas, fornecendo provas objetivas que podem ser usadas para esclarecer dúvidas ou contestar alegações de abuso de poder. Esta transparência beneficia ambas as partes, uma vez que protege os cidadãos contra possíveis excessos por parte dos agentes, mas também salvaguarda os próprios polícias de acusações infundadas, assegurando que as suas ações são avaliadas de forma justa e rigorosa.
A conjugação de policiamento de proximidade, tecnologia e transparência cria um modelo de segurança mais eficiente e humanizado. A presença de agentes nas ruas aproxima a polícia da comunidade, promovendo um sentimento de proteção mútua. O uso de scanners e bodycams aumenta a capacidade de resposta e a confiança na imparcialidade das forças de segurança, garantindo que o exercício da autoridade é justo e direcionado para o bem comum.
Em suma, a aposta num policiamento de proximidade, suportado por tecnologia e transparência, não é apenas uma questão operacional, mas também uma estratégia que fortalece o tecido social. Investir nesta abordagem significa garantir maior segurança nas ruas, bem como reforçar a confiança da população na polícia.
Diogo Fernandes Sousa, Professor do Instituto Politécnico Jean Piaget do Norte
Escritor do Livro “Rumo da Nação: Reflexões sobre a Portugalidade”