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Noite de estrelas pelos valores da Tradição Reiseira em Ovar (Galeria)

Escola Secundária José Macedo Fragateiro viveu Cantar dos Reis

Depois de atuarem no Centro de Arte de Ovar, na tarde do dia 5, as troupes infantis de Ovar deram as boas vindas à Escola Secundária José Macedo Fragateiro, nos dias 6 e 7 de janeiro, saudando a comunidade com os desejos de um promissor 2025.

A noite do dia 6 foi a mais marcante desta tradição centenária, em que 12 troupes adultas encheram o Auditório Maria Cecília Oliveira com excelentes melodias, sempre no respeito pelos 3 momentos musicais: «Saudação», «Mensagem» e «Despedida».

A animação terminou para lá da meia-noite e encheu de alegria as inúmeras pessoas que presenciaram o espectáculo, que contou com o apoio da Direção do Agrupamento de Escolas de Ovar e as incansáveis assistentes operacionais, nas tarefas de aconchegar o estômago dos reiseiros com petiscos, bolo-rei e Vinho do Porto, cumprindo a preceito esta tradição escolar.

Atuaram, por ordem de entrada: Trupe de Reis Tradição e Juventude; Trupe de Reis da Música Nova (Banda Boa União); Trupe de Reis «Os Moliceiros», da Marinha; Trupe de Reis dos Bombeiros Voluntários de Ovar; Trupe de Reis da Associação Desportiva Ovarense; Trupe de Reis da Associação Cultural e Recreativa de Valdágua, de Válega; Trupe de Reis da Associação dos Antigos Alunos da Escola Oliveira Lopes, de Válega; Trupe de Reis da JOC/LOC; Trupe de Reis da Associação Cultural de Sande, Salgueiral e Cimo de Vila; Trupe de Reis da Associação Fraterna de Prevenção e Ajuda; Trupe de Reis do Orfeão de Ovar e Trupe de Reis da Associação Cultural e Recreativa da Ribeira, que fechou a noite com uma homenagem a Manuel Ramos Costa, criador e encenador da Companhia de Teatro Água Corrente, responsável pela criação das letras de algumas edições e falecido há pouco mais de um ano.

O som esteve ao cuidado do Eng.º Mário Xavier Frazão, docente das turmas do curso de Informática naquele estabelecimento de ensino.

Um pouco de história

A entrada em cada ano é marcada por um dos mais belos costumes da tradição nacional que anima a comunidade, ruas, praças e casas vareiras, com a alegria festiva inspiradora para enfrentar mais um ano.

Esta tradição nasceu de forma muito livre e espontânea, com as trupes exibindo dotes harmoniosos de considerável qualidade. Mas com a experiência acumulada ao longo de mais de um século, os motivos inspiradores diversificaram-se e ganharam amplitude temática, abordando assuntos que instigam a Humanidade a corrigir comportamentos que fazem perigar o futuro.

O primeiro momento de cada prática corresponde à «Saudação», em que o grupo cumprimenta a assistência e predispõe-na, posteriormente, ao conteúdo da «Mensagem», procedente das palavras bíblicas da Adoração dos Reis Magos e do extraordinário simbolismo da veneração do Rei-Menino. Em terceiro lugar, surge a «Despedida», em que o grupo felicita os anfitriões e agradece o acolhimento prestado, particularmente representados nos bens oferecidos aos cantores e instrumentistas, que podem ser em dinheiro ou géneros (o que caiu em desuso nos tempos atuais).

Património Imaterial de Portugal desde 2020, o “Cantar dos Reis em Ovar” é uma manifestação de assinalável qualidade melodiosa vocal e instrumental, com versos e partituras compostas por letristas e músicos autóctones, em que os poemas ganham, de ano para ano, assinalável qualidade literária e as melodias são tecnicamente cada vez mais apuradas.

Texto de Hélder Ramos

Fotos de Hélder Ramos e José Lopes

 

 

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