PCP: Terrenos agrícolas e estradas da Marinha continuam a ser alagados por água salgada
O PCP de Ovar disse esta terça-feira que os terrenos agrícolas e estradas da zona da Marinha, nesse concelho do distrito de Aveiro, continuam alagados por água salgada, mesmo após as obras destinadas a impedir a inundação desses terrenos.
Em causa está uma área lagunar onde, entre 2019 e 2021, a sociedade Polis Litoral Ria de Aveiro levou a cabo trabalhos de “Transposição de Sedimentos para Otimização do Equilíbrio Hidrodinâmico” — parte de uma empreitada global que, envolvendo 95 quilómetros dos concelhos de Ovar, Murtosa, Ílhavo e Mira, custou 21,6 milhões de euros, segundo dados da própria Polis à Lusa em junho do ano passado.
Agora, com base em contactos com moradores e agricultores, a estrutura comunista de Ovar afirma: “A população da Marinha continua insatisfeita porque os seus terrenos agrícolas e estradas continuam a ser alagados por água salgada”.
Lembrando que o problema existe “há mais de uma década”, o PCP declara que a intervenção da Polis não o resolveu. “Terminada a empreitada do projeto ‘Transposição de Sedimentos para Otimização do Equilíbrio Hidrodinâmico’, que visava resolver um conjunto de problemas na ria de Aveiro, incluindo os que assolam a Marinha, pode-se concluir que nenhum foi resolvido”, defende o partido.
A mesma estrutura política dá exemplos: “Os terrenos agrícolas continuam a ser alagados por águas salobras, destruindo a sua produção; as estradas continuam a ser alagadas pelas águas da ria, dificultando o acesso a algumas habitações e chegando mesmo, em situações extremas, a isolar algumas casas durante horas; e muitas habitações continuam sob ameaça de inundação”.
O PCP realça ainda que, “por redefinição do Domínio Público Hídrico, áreas de cultivo foram perdidas para a ria sem que houvesse qualquer medida para repor essa perda” e compensar os agricultores.
A empreitada de “Transposição de Sedimentos para Otimização do Equilíbrio Hidrodinâmico na Ria de Aveiro”, também conhecida como o “Desassoreamento da Ria de Aveiro”, começou em abril de 2019 e foi executada pelo consórcio entre as empresas Etermar, MMAS e Rohde Nielsen, visando a dragagem de cerca de um milhão de metros cúbicos de sedimentos nos canais de Ovar, Murtosa, Ílhavo e Mira.