Paris – Ricardo Alves Lopes
Sendo alguém que vive num mundo em que os consensos se reservam para os casos de sucesso, depois de resolvidos, não esperava que nada disto fosse unânime, mas a incapacidade das pessoas pensarem com sentimento, mas também cabeça faz-me confusão.
Em 2004, em Madrid, os refugiados já andavam por aí? Acreditam que o atentado do Charlie Hebdo e este foram feitos por eles? Se ignorarmos os que precisam de ajuda e não concordam com o Estado Islâmico, estamos a dar-lhes apenas duas saídas: ou morte ou alistarem-se. Com o nosso instinto de sobrevivência o que acham que vai acontecer? Eu desconfio.
Não nos deixemos toldar pelo drama que vivemos. É possível que venham alguns infiltrados, mas serão muitos mais os que salvaremos daquela drama e abriremos uma nova perspectiva do mundo. Também podem vir médicos de eleição, enfermeiros de vocação e benfeitores de coração. E os atentados já existiam antes deles tentarem fugir de lá. Camuflar os problemas é só aumentá-los, dar-lhes força e fazê-los crescer.
Ricardo Alves Lopes (13.11.2015)