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“Paisagens de Francisco Joaquim Bingre” estreia a 25 de novembro

A performance sobre a vida do poeta de Canelas envolve um elenco comunitário

Com estreia marcada para dia 25 de novembro, no Cine-Teatro de Estarreja, a performance Paisagens de Francisco Joaquim Bingre” pretende desvendar as distintas fases da longa vida do poeta (1763- 1856) e os “diferentes chãos por onde caminhou e que tanto o influenciaram e inspiraram na escolha das suas palavras.” No ano em que se comemoram os 260 anos do seu nascimento, a Câmara Municipal quer dar a conhecer a obra do “Cisne do Vouga”.

Promovida pela Câmara Municipal de Estarreja (CME), com produção da companhia de teatro Kopinxas, e colaboração de elementos da comunidade, o espetáculo resulta de um longo processo de pesquisa onde se reuniram informações e materiais suscetíveis de tratamento performático rumo à construção de um objeto artístico. “As muitas ações que a companhia de teatro Kopinxas e o Município de Estarreja têm vindo a desenvolver” – desde residências artísticas, distribuição de postais na freguesia de Canelas e Fermelã, sessões para os públicos escolar e sénior e o envolvimento de um elenco comunitário – “em muito têm contribuído para o resgate e recuperação da obra do poeta”, afirma Eduardo Dias, dos Kopinxas.

Esse percurso terá o seu ponto alto no dia 25 de novembro com a estreia da performance “Paisagens de Francisco Joaquim Bingre, “que, esperamos, seja determinante para chegar, através da ‘escola de Virtudes’, ao público de forma elucidativa daquilo que são as Paisagens de Bingre”, acrescenta.

“A preservação e valorização do património cultural, material e imaterial, do território, dando a conhecer a obra e o mapeamento da vida de um autor clássico nascido no concelho de Estarreja, é nosso propósito estratégico e tudo começou no ESTAU – Festival de Arte Urbana de 2022, com a criação de um mural dedicado a esta personalidade estarrejense. Materializando os princípios do LAC – Laboratório de aprendizagem Criativa, através da educação pela arte e da aprendizagem ao longo da vida, e valorizando os agentes culturais locais, a Câmara Municipal presta uma singela homenagem a Francisco Joaquim Bingre, na esperança de que, com este projeto artístico e todo o processo prévio de envolvimento da comunidade, o autor possa vir a ter o reconhecimento literário que lhe é devido, e os Estarrejenses tenham oportunidade de conhecer ou revisitar a obra do poeta Canelense ‘Cisne do Vouga’, de um valor ímpar na história da literatura portuguesa”, refere a Vereadora da Cultura da CME, Isabel Simões Pinto.

Para a construção desta peça, procurou-se envolver a comunidade e por isso ao ator profissional Pedro Marujo, juntam-se quatro atores de Canelas e seis músicos da Banda Bingre Canelense, que dirigidos pelo maestro Paulo Almeida, farão a ambientação sonora das paisagens do poeta. Os ensaios com o elenco comunitário tiveram início em outubro na sede da Banda de Canelas e são agora transferidos para o principal palco de cultura da cidade, o Cine-Teatro de Estarreja.

Revista Terras de Antuã dedica artigo ao poeta

 “Francisco Joaquim Bingre descreve, através dos seus poemas, as diferentes paisagens por onde passou e os chãos que pisou. Através das suas palavras percebem-se texturas e criam-se ambientes. São paisagens de enorme alcance poético que permitem perceber o quotidiano das gentes, do país e dos elementos históricos que a compõem”, antecipa Eduardo Dias num artigo que escreveu para a Revista Terras de Antuã – Histórias e Memórias do Concelho de Estarreja, cujo número 17 será lançado no dia 26 de novembro, às 16h, no Cine-Teatro, com entradas livres.

Nota biográfica

Francisco Joaquim Bingre, nasceu há 260 anos, em Canelas, concelho de Estarreja, em 1763, e faleceu em Mira corria o ano de 1856. Tinha 93 anos. O poeta foi um dos fundadores, em 1790, da Nova Arcádia, onde recebeu o nome de Francélio Vouguense. Com um forte conhecimento da sociedade de então, a sua obra reflete, através de sonetos, epistolas, sátiras ou farsas, entre outros géneros literários, vários assuntos de importância maior da realidade do país e do mundo nos séculos XVIII e XIX.

“(…) Era Francisco Joaquim Bingre de estatura meã, grosso do corpo, alegre, testa larga, olhos azuis bem-assombrados e de presença simpática. (…)”

António da Rocha Madahil, “Notícia do Estro do Bingre (no segundo centenário do nascimento do poeta)”, 1963

PAISAGENS DE FRANCISCO JOAQUIM BINGRE

ESTREIA 25 NOVEMBRO SÁBADO >> 21H30

CINE-TEATRO DE ESTARREJA / AUDITÓRIO 5€ | 3€ (CARTÃO AMIGO, CARTÃO SÉNIOR E JOVEM)

MULTIDISCIPLICAR | 60 MIN. | M/6

Bilheteira online

Ficha técnica

Ângelo Castanheira, Eduardo Dias direção artística

kopinxas companhia de teatro produção

Banda Bingre Canelense: Maestro Paulo Almeida, Músicos Carlos Luz, Sandro Andrade, Ricardo Rosas, Rui Almeida, Afonso Guiomar, Rúben Rosa participação especial
António Cristóvão, António Tavares Costeira, Lúcia Valente e Manuela Cascais elenco comunitário

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