Número de farmácias em insolvência mais do que triplicou em cinco anos
O número de farmácias em insolvência mais do que triplicou em cinco anos, passando de 241 em 2012 (8,3% do total) para 630 em 2017 (21,4%), segundo dados divulgados hoje pela Associação Nacional de Farmácias (ANF).
“No espaço de cinco anos registou-se um aumento de 254,1% no número de insolvências”, o que representou mais 155 farmácias, refere a ANF, citando dados do barómetro MOPE, do Centro de Estudos de Avaliação em Saúde (CEFAR).
Todos os anos, foram registados aumentos destas situações, mas “a crise agudizou-se em 2017, estando agora 630 farmácias num universo de 2.943 em situação económica difícil”, refere o barómetro.
Os dados, enviados à agência Lusa, mostram também um aumento de 130% das situações de penhora das farmácias, subindo de 61 (2,1% do total) em dezembro de 2017, para 216 (7,3%) em dezembro de 2017.
A associação acrescenta, em comunicado, que “mais de um quinto das farmácias portuguesas entrou em 2018 em situação de crise económica, enfrentado processos de insolvência e penhora e sem garantias de sobrevivência”.
“A economia portuguesa tem dado passos em frente, mas as farmácias continuam a viver num clima de crise e austeridade, afirma o presidente da ANF, Paulo Cleto Duarte, no comunicado.
De acordo com os dados, todo o país tem farmácias com ações de insolvência e penhora, sendo o distrito de Portalegre o que regista o maior número destas situações (32,6%).
No segundo lugar desta lista surge a Guarda (28,8%), seguida de Santarém (28,6%), Setúbal (28,4%), Lisboa (27,1%), Faro (27%), Beja (26,8%), Viseu (23,9%), Coimbra (21,6%) e Vila Real (18,6%).
No distrito de Leiria, 17,5% das farmácias estão com ações de insolvência e penhora, em Bragança 17,1%, na Madeira 16,9%, no Porto e em Viana do Castelo 16,7%, em Aveiro 14,9%, em Braga 12,8%, nos Açores 11,1% e em Castelo Branco 10,9%.
O presidente da ANF sublinha que, “apesar das dificuldades, os farmacêuticos e as suas equipas vão continuar a lutar para continuar a oferecer às populações mais isoladas acesso aos cuidados de saúde”.