Não vêem o Carnaval mas podem senti-lo

Não vêem o Carnaval mas podem senti-lo: cegos vieram a Ovar beber a Vitamina da Alegria.
Este ano, mais uma vez, houve visitas e oficinas na Aldeia do Carnaval específicas para cegos ou pessoas com baixa visão.
De Leiria, Porto e Viseu chegou um grupo com um sentido de humor à prova de bala, como convém no Entrudo.
Sentir o Carnaval de Ovar através do tato foi o desafio que o Município de Ovar lançou aos 30 participantes, utentes dessas delegações da ACAPO – Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal, que integraram as visitas guiadas dirigidas a pessoas cegas ou com baixa visão, na Aldeia do Carnaval.
À chegada do grupo, Jacinta Cunha explica que estão presentes jornalistas e pergunta se alguém prefere não ser fotografado. A resposta é rápida e espontânea: “Não, a maior parte de nós nem sequer vai ver as fotos”, atira Diana Pereira — e riem-se quase todos.
Sempre bem disposta, a tarde passou a correr. Os participantes revelaram a sua curiosidade e o espírito carnavalesco.
Durante a visita, tiveram a oportunidade de contactar diretamente com alguns grupos – Zuzucas, Melindrosas, Cista de Prata) e participar na oficina “Carnaval Tátil – Uma Composição em Cartão e Corda”, dinamizada por Carlos Gomes.
No final, não havia margem para dúvidas. A visita guiada, mais do que uma tarde bem passada, foi para todos uma verdadeira Vitamina da Alegria.
Com a certeza de que cada um vive a magia do Carnaval à sua maneira e a prova ali estava. A inclusão é uma marca de referência do Carnaval de Ovar que, ano após ano, tem procurado inovar e desenvolver propostas direcionadas para públicos com diferentes necessidades.