O Carnaval é tempo de festa, mas também de desafios para quem sofre de rinite e rinossinusite, doenças que podem prejudicar os festejos.
A rinite alérgica é uma inflamação crónica da mucosa nasal causada pela exposição a alérgenos como pólen, ácaros e pêlos de animais. Os sintomas incluem espirros, prurido nasal, obstrução nasal e corrimento aquoso, podendo ser agravados nesta época do ano, com a aproximação da primavera e o contacto com produtos utilizados na confeção de fatos e construções carnavalescas. Já a rinossinusite aguda, por outro lado, surge frequentemente após uma infeção viral, como uma constipação, e pode causar congestão nasal, dor facial, secreções nasais espessas e tosse persistente.
Os seios paranasais (maxilares, frontais, etmoidais e esfenoidais), que se encontram dentro dos ossos da face, inflamam-se e bloqueiam a drenagem natural das secreções. A maioria das rinossinusites agudas tem origem viral e resolve-se sem necessidade de antibióticos, mas algumas podem evoluir para sinusite bacteriana, necessitando de tratamento específico.
Atenção aos medicamentos de venda livre! Muitos contêm anti-histamínicos e vasoconstritores que podem aliviar temporariamente os sintomas, mas acabam por secar excessivamente as secreções, tornando-as mais difíceis de eliminar e prolongando o desconforto.
Veja o vídeo que mostra os seios paranasais e como tudo acontece:
O uso indiscriminado de antibióticos também não é solução para as rinossinusites pós-virais, pois não acelera a recuperação e contribui para o aumento da resistência bacteriana.
O tratamento mais eficaz passa pela lavagem nasal com solução salina, especialmente em sistemas de alto volume e baixo fluxo, que permitem uma limpeza profunda das vias respiratórias.
Veja como fazer aqui:
Este método ajuda a eliminar secreções e reduz sintomas como tosse, rouquidão e dor de garganta. Atenção: é preciso persistência e regularidade nas lavagens, e que sejam bem efetuadas. Numa primeira fase até pode acontecer ter mais secreções, sinal de que está a melhorar! Atenção: a água do mar não é adequada para lavagens pois tem muitos contaminantes. Existem produtos à base de água do mar de venda na farmácia, esses sim, seguros para lavagens.
A hiperhidratação é essencial: beba entre 1,5 e 2,5 litros de água ou chá por dia para fluidificar as secreções e facilitar a sua eliminação. Para aliviar a dor, prefira anti-inflamatórios isolados, evitando combinações com anti-histamínicos (os conhecidos medicamentos para as constipações) pois podem agravar a situação.
Se sofre de rinite alérgica, o uso de sprays nasais com corticosteroides é essencial para controlar a inflamação da mucosa e prevenir a obstrução dos seios paranasais, que pode levar a rinossinusites frequentes. Em fase aguda, pode duplicar a dose habitual (por exemplo, dois puffs de manhã e dois à noite), sempre após a lavagem nasal para garantir uma melhor absorção do medicamento.
Nesta altura do Carnaval de Ovar, o risco de rinossinusite aumenta devido à exposição a irritantes, alergénios, tabaco, noites mal dormidas e consumo excessivo de álcool, que desidrata e compromete a capacidade de defesa das mucosas. Siga estes conselhos para não ficar ranhoso e poder tomar a vitamina da Alegria!
