“Não esperava nada disto…” – Por Fernando Daniel
Enfim. É lamentável. Sinceramente não esperava nada disto, muito menos vindo da terra e das pessoas que escolhi para viver e conviver. Uma coisa é publicamente opinar e criticar de forma construtiva decisões políticas/camarárias. Outra coisa é por outras palavras me chamar desonesto. Mas iremos por partes.
Ponto n1. “Vontade do cantor Fernando Daniel… de dar um concerto gratuito” em momento algum EU disse que o concerto seria gratuito. A imprensa, da qual sou totalmente alheio, divulgou o meu concerto como sendo gratuito. Sendo o objetivo da imprensa informar as pessoas atribuir o meu concerto como gratuito, para mim, quer dizer que o público não terá qualquer custo para assistir ao mesmo, por outras palavras, sendo de entrada gratuita. Coisa que eu frisei aquando publicidade ao concerto dias antes.
Ponto n2. “Dar um pouco do que lhe deram”. O que é que Ovar/Furadouro me deu que mais nenhum sítio me tenha dado? A oportunidade de viver aqui? Que eu saiba já lá vai o tempo em que não é preciso autorização para morar numa localidade que não é nosso berço. De resto pago como os outros e não peço borlas, por sinal, até as dou. O que me leva ao ponto n3.
Ponto n3. Onde estava o Sr Alcides e todos estes seus apoiantes que vão na sua demagogia barata e populismo (e todos os indignados acerca de eu receber pelo meu trabalho) quando em plena pandemia decidi OFERECER à cidade de ovar um concerto junto à igreja para que as pessoas fechadas em casa tivessem algum tempo de entretimento através da internet no conforto das suas casas? Além de ter EU oferecido o concerto a toda a cidade ainda paguei a todos os intervenientes para a execução do concerto, pois apesar da minha decisão de oferecer, a equipa não tem de ceder os seus serviços quando não tem qualquer ligação à cidade.
Ponto.4 Antes do meu concerto custar 24.500€ + IVA, custou 5.000€, custou 10.000€, custou 15.000€ e chegou ainda a custar 20.000€. Alguém me contratou? Não. No entanto contrataram ao longo destes 7 anos, outros artistas e bem, até a custar bem mais que eu, mas nunca vi tamanha indignação. Pergunto-me porquê.
Ponto n5. “Uma escola de música para pobres…” sempre disse e voltarei a dizer, antes pobre de carteira que pobre de espírito, que parece ser o seu caso. Mas indo ao que interessa, os meus estúdios serão um atrativo de cultura ao nosso concelho onde o objetivo principal sempre foi e sempre será o meu trabalho e colaborar com outros artistas trazendo-os a Ovar. Nestes estúdios decidi incluir uma escola de música, com uma vertente solidária. Nessa vertente solidária está só incluído ensinamento musical, lamento mas não terei espaço para instruir educação e sinceridade, isso deve vir do berço.
Ainda relativamente a este espaço, a compra do mesmo foi feita inteiramente por mim, repare-se que segundo o Alcides “estou a dar uma borla de 30.000€” no entanto será para investir no concelho de ovar. Infelizmente não consigo investir os 30.000€, pois para além de pagar impostos como todos, existe uma equipa que merece receber a sua parte e como qualquer outro, também pagam os seus impostos.
Ponto n6. Fiz perto de 40 concertos este ano, a maioria deles de entrada gratuita, concertos pagos por autarquias, com orçamento destinado para a cultura, ou comissões de festas que com esforço maior reúnem condições para os concertos acontecerem. Nestas 40 datas não vi isto acontecer em LADO ALGUM! Sinceramente é triste.
Para terminar, resta-me dizer que infelizmente a política já não serve as pessoas mas serve-se delas. Serve-se daqueles que pouco ou mal sabem interpretar, serve-se de populismo e de política barata. Serve-se daqueles que não sabem pensar por eles próprios… e assim vão-se sentando confortáveis nas suas cadeiras pessoas como o Alcides e entre outros.
Podia elevar este assunto através das minhas redes a um nível nacional, mas eu não conheço o Alcides e a maior parte dos que me seguem penso que também não e pelo que vi, não vejo grande interesse em que o conheçam e prefiro continuar a deixar a sua reputação a um nível municipal .”
Fernando Daniel