Cultura

Morreu a guardiã da arte das esteiras de bunho

Chamava-se Natália de Jesus, era natural de Frossos onde residia. O filho Aurélio socorreu-a da casa em chamas na sequência do incêndio da passada segunda-feira.

A artesã acabou por ser internada na unidade de queimados da ULS de Coimbra, mas não resistiu aos ferimentos e veio a falecer esta segunda-feira.

Natália de Jesus trabalhava o bunho desde os 13 anos, tendo aprendido com a sua mãe a fazer esteiras de bunho que era colhido pelo pai.

Era presença habitual em feiras, exposições e certames e gostava de trabalhar ao vivo para difundir o saber, a tradição e a identidade cultural da terra onde nasceu.

Recentemente foi homenageada, em Frossos, com a inauguração de um mural e da exposição “A Arte de trabalhar o bunho – Natália de Jesus”.

“Era guardiã de uma tradição antiga que ligava a natureza, a cultura e as pessoas. A produção das esteiras de bunho, planta abundante na Pateira de Frossos, era o “ganha pão” de muitas famílias em meados do século XX, sendo atualmente uma arte com grande valor cultural, ecológico e histórico para a região de Aveiro”, explica a Associação Bioliving que tem sede em Albergaria-a-Velha.

O seu sorriso, a sua disponibilidade e a sua generosidade marcaram de forma única a sua comunidade. Sempre pronta a colaborar nas mais diversas iniciativas, Natália era uma presença que todos estimavam, tornando-se um verdadeiro pilar da tradição local.

Natália de Jesus é a nona vítima mortal dos incêndios que atingiram aquela região.

 

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