Mocho-galego devolvido à natureza em Válega
Vítima de atropelamento, o mocho-galego (Athene noctua) que se encontrava em recuperação no CERVAS – Centro de Ecologia, Recuperação e Vigilância de Animais Selvagens, em Gouveia, foi devolvido à liberdade em Válega, no concelho de Ovar.
Carlos Ramos, dirigente da Associação Ambiental ovarense, conta que, “após o cuidado processo de recuperação a que a ave foi sujeita, foi com enorme satisfação que os Amigos do Cáster acolheram esta iniciativa”.
A ave seria libertada no passado dia 13 de Agosto, na freguesia de Válega, porque sendo uma espécie que vive essencialmente em campos agrícolas, os Amigos do Cáster consideraram que Válega seria uma das freguesias com maior potencial para a sua sobrevivência. Posteriormente, a associação ambientalista foi apoiada pela Junta de Freguesia de Válega para definir o local exacto de libertação da ave.
Habitualmente, o habitat do mocho-galego inclui uma grande variedade de campos agrícolas com muros e montes de pedras, plantações de cereais, olivais, vinhas, hortas, sistemas agro-florestais. Evita zonas demasiado húmidas, florestas densas ou povoamentos florestais de produção e habitats de alta montanha. Independentemente do tipo de habitat, algumas das condições para este ser é ter alimento suficiente para o casal e descendência, disponibilidade de poisos e de locais para a nidificação.
Segundo a STRI – Rapinas nocturnas de Portugal, os principais factores de ameaça “são de origem antropológica, como o abandono da agricultura tradicional, colisão com veículos – o mocho-galego é uma vítima frequente de atropelamentos – envenenamento por pesticidas, bem como a redução de presas devido ao uso de venenos, caça ilegal e pilhagem de ninhos e pela diminuição de locais óptimos de nidificação – muitas vezes devido ao corte de árvores”. Outras ameaças referidas são quedas do ninho e predação, quer por martas e fuinhas (Martes sp.) quer por outras aves de rapina, como o bufo-real (Bubo bubo) e a coruja-do-mato (Strix aluco).
Os Amigos de Cáster defendem a conservação da natureza que “só é possível se houver o adequado respeito e a devida gestão do reino animal, mas também da flora, dos solos, da água e do ar”. “Esta actividade tem enorme potencial para alterar consciências e comportamentos que conduzam à preservação do ambiente e da vida selvagem”, defenda a associação que ainda agradece o trabalho desenvolvido pelo CERVAS – Centro de Ecologia, Recuperação e Vigilância de Animais Selvagens.
Para finalizar os Amigos do Cáster agradecem o apoio do CERVAS, da Junta de Freguesia de Válega, assim como de outras instâncias que apoiam a sua actividade regular, como o IPDJ – Instituto Português do Desporto e Juventude, I.P., Câmara Municipal de Ovar (CMO) e União das Freguesias de Ovar, São João, Arada e São Vicente de Pereira Jusã.