Matilde, Carolina e Sofia perto do objectivo final
Matilde Alves, Carolina Miranda e Sofia Gomes são alunas da Escola Secundária Júlio Dinis, em Ovar, e, há cerca de dois anos, solicitaram a colaboração da Universidade de Aveiro (UA) no desenvolvimento de uma caneta biodegradável compatível com uma tinta de origem natural de sua autoria. Com a ajuda de Paula Vilarinho, Idalina Gonçalves e Martinho Lima, do Departamento de Engenharia de Materiais e Cerâmica (DEMaC), as alunas estão agora mais perto do objetivo final.
A ideia de criar uma caneta sustentável surgiu com a necessidade de reduzir o desperdício resultante das esferográficas produzidas a partir de plástico não biodegradável e de colmatar os problemas associados à toxicidade das tintas. As pétalas de papoila foram o mote que deu origem à primeira tinta natural criada pelas alunas do 11º e 12º ano e que lhes valeu, no ano passado, o “prémio especial Lipor” com o projeto “PoppyInk – A tinta sustentável”. Depois das pétalas de papoila, seguiram-se tintas com outros pigmentos naturais como algas, borras de café, cascas de curgete, caril e açafrão.
Atualmente, as atenções centram-se sobretudo na estrutura da caneta que estão a tentar produzir. Para isso contam com a ajuda de Paula Vilarinho, docente e investigadora no DEMaC, de Idalina Gonçalves e Martinho Lima, investigadora e mestrando no DEMaC, respetivamente. Matilde, Carolina e Sofia têm-se deslocado até ao Maker’s Lab, existente no DEMaC, onde têm trabalhado no desenvolvimento de um filamento à base de amido recuperado do processamento de batata e de borras de café diariamente descartadas. Este filamento é adequado para posterior utilização na impressão 3D de uma caneta através de tecnologias de manufatura aditiva que permitem a produção de objetos tridimensionais com geometrias complexas. É nas infraestruturas do DEMaC, sob orientação dos vários investigadores, que as alunas utilizam os equipamentos de extrusão de filamento e de manufatura aditiva.
Idalina Gonçalves explica que a otimização da formulação implica a otimização do tipo e da concentração das biomoléculas utilizadas em função do desempenho mecânico e físico-químico dos materiais.
Com as formulações até à data obtidas, as alunas já conseguiram imprimir uma anilha 3D para a caneta. A fase seguinte incidirá na impressão 3D do restante suporte da caneta e no estudo da afinidade entre a tinta e o material biodegradável.
As aventuras destas três alunas podem ser acompanhadas na sua conta de instagram.