Limpeza com soda cáustica “trama” Fernando Valente
Fernando Valente está acusado pelo Ministério Público de cinco crimes, mas o empresário contratou um homem que é agora testemunha-chave no processo da morte da grávida da Murtosa.
O MP diz que Fernando Valente matou Mónica Silva no seu apartamento na Torreira, uma acusação baseada numa testemunha-surpresa que contou ter sido contratada para limpar a habitação. Esta quinta-feira, 7 de novembro, o Correio da Manhã avança que este homem disse ter sido chamado pelo empresário para limpar ao pormenor o apartamento com hipoclorito de sódio e soda cáustica – químicos fortes usados para eliminar vestígios.
Fernando Valente é acusado pelo Ministério Público de ter matado Mónica Silva, a grávida da Murtosa que desapareceu a 3 de outubro do ano passado quando estava de sete meses de gestação. E são vários os crimes de que está acusado: homicídio qualificado, aborto, profanação de cadáver, acesso ilegítimo e aquisição de moeda falsa para ser posta em circulação.
Em quatro dias, o empresário preparou o crime pois não queria que Mónica Silva e o bebé usufruíssem do seu património e dinheiro da sua família. Então, Fernando Valente terá feito um esquema de como se iria desfazer dos corpos, eliminar contactos com a vítima e vestígios da morte, para não ser descoberto.
No dia do crime, o empresário comprou um cartão pré-pago e marcou um encontro com Mónica Silva. Às 21 horas, a mulher disse aos filhos que ia ao café mas ia encontrar-se com Fernando Valente. Os dois foram para o apartamento na Torreira e terá sido então que aconteceu o homicídio.
Consumado o crime, Fernando Valente levou a cabo a segunda parte do plano: desfazer-se do corpo e eliminar todos os vestígios da morte, bem como todas as trocas de contactos. Assim, tirou o corpo do apartamento e escondeu-o em parte incerta. Depois, desfez-se dos bens de Mónica Silva bem como de um tapete da sala.
Foi então que o empresário contratou o tal homem para fazer a limpeza profunda ao apartamento com hipoclorito de sódio, sendo que deixou regras específicas: teriam de começar a limpar num dos quartos e só depois avançavam para as restantes divisões e espaços comuns do prédio, algo que nunca antes tinha acontecido. Além do mais, proibiu a equipa de limpeza de mexer nas roupas femininas que estavam em cima em cima da cama e que poderiam ser de Mónica.