Josafer virou-se para o mercado da decoração em 2020
A Josafer faz parte da quarta geração ligada ao sector da tanoaria em Esmoriz, cidade onde chegou a haver mais de 40 tanoarias. Filipe Octávio, proprietário, não esconde que “a pandemia afectou imenso o nosso negócio porque trabalhamos quase exclusivamente para dois mercados”. Ao contrário do que se poderia pensar, “nós não trabalhamos para o mercado do vinho, esse tem pouca expressão para a nossa empresa, neste momento”.
Actualmente, revelou, “estamos muito mais vocacionados para o mercado dos destilados, ou seja, das aguardentes, brandies, conhaques, rum, tequila e também para o mercado de decoração”.
Para ir ao encontro destes novos mercados, Filipe Octávio explica que utiliza “dois tipos de madeira específicos para a produção dos nossos barris: o carvalho francês e americano e o castanho português. O castanho é muito adequado para barris de decoração”.
A Josafer exporta barris de decoração para toda a Europa, para espaços interiores e exteriores, e também para a destilação, especialmente para estagiar whiskies em carvalho.
O sócio-gerente da Josafer explica que a área do whisky teve uma quebra de 40% com a pandemia, “pois com a restauração e bares encerrados o consumo caiu bastante”. Ao contrário, e para colmatar, “o mercado da decoração cresceu 30% porque vendemos, na Alemanha, Holanda, Bélgica e Inglaterra, não para o consumidor final mas para empresas que têm o seu negócio focado no ‘online’ e este está a funcionar melhor quando as pessoas estão em casa”. Filipe Octávio considera que “as pessoas acabam por adquirir produtos da nossa área para fazerem pequenas bricolages de decoração da sua casa ou jardins e houve um créscimo neste pormenor”.
Apesar de tudo, revela que “a área de destilados é a que nos dá mais fôlego económico, mas a decoração é o que temos e temos que abraçar o que temos”.
Para ele e a para a tanoaria Josafer, 2020 é um ano para esquecer e antevê que “o ano de 2021 será de recuperação mas só a partir do meio do ano em diante quando a vacina começar a fazer efeito a sério e aí até poderemos ter um pico de consumo de produtos, quando os bares, cafés, restaurantes e festas estiverem em normalidade e as pessoas puderem, digamos, vingar-se”.
A Josafer orgulha-se de não ter despedido ninguém, “pelo contrário”, argumentou, “estamos sempre a receber pessoas para aprender este ofício”.