Jaime Almeida: “Válega podia ser uma cidade”
Junta quer alargar a Avenida Comendador António Augusto da Silva
Depois das comemorações do aniversário da elevação de Válega a vila, arrancam as Festas em honra da Padroeira, Nossa Senhora do Amparo, sendo esta a altura certa para ir ao encontro do presidente da Junta de Freguesia, Jaime Almeida.
OvarNews (ON): Muitas iniciativas fazem palco na Avenida Comendador António Augusto da Silva que pouco tem mudado em muitos anos.
Jaime Almeida (JA): Estamos a lutar há muito anos por um novo Plano de Pormenor para o centro de Válega. Temos antes que resolver aqui esta quinta que pertence à Santa Casa da Misericórdia de Ovar, com 16 hectares. O centro de Válega só se desenvolveu de um lado, enquanto o outro ficou completamente parado. Isto não pode ser porque perdemos até a nossa centralidade, porque tivemos de nos espalhar para outras zonas. Válega hoje podia ser uma cidade e não é.
ON: O que falta para o centro de Válega começar a mudar?
JA: Fala-se muito no Plano Director Municipal (PDM), mas entendemos que é uma desculpa política. Sabemos que se pode construir numa faixa de 50 metros, mas nem vamos por aí, estamos a pensar em alargar a avenida e, podendo utilizar esta faixa, depois da avenida feita, vamos trabalhar com o Plano de Pormenor (PP) do Centro de Válega para desenvolver esta zona. Isto tem que começar por algum lado. Não podemos ficar parados, mas tem que haver vontade política para avançar e se isso não acontecer, nada se faz.
ON: A junta de Válega consegue avançar sozinha para essa obra?
JA: Sabemos que não vai ser fácil e que vamos ter que bater muito o pé. A Câmara Municipal de Ovar (CMO) é das que tem uma boa condição financeira, porque herdou uma situação maravilhosa. Quem entra numa câmara e tem 10 milhões e 400 mil de saldo positivo, está tudo dito. A verdade é que se está a gastar 15% por ano desse bolo e se não se aproveitar agora, quando é que vamos aproveitar?
ON: Sendo a quinta privada, haverá vontade de a vender?
JA: A Santa Casa da Misericórdia de Ovar é a proprietária, ela até a quer vender, mas é preciso um milhão de euros para a comprar. Se a CMO chamar as juntas e lhes disser que têm direito a 4 milhões de euros por ano, eu abdico logo de um milhão para a compra da quinta. Ponham-na em nome da junta que a gente sabe o lhe há-de fazer. Se eles não sabem, nós sabemos.
ON: Para onde vai a próxima Ovarural?
JA: A Ovarural vai para um terreno pertencente à junta, ao lado pavilhão gimnodesportivo de Válega.
ON: Que balanço das comemorações de elevação a vila?
JA: A Junta de Freguesia festeja o aniversário da elevação de Válega a vila todos os anos e, além de apoiar as colectividades, todas dão o seu contributo nas festas que a junta organiza. Temos sempre a preocupação das colectividades, porque o fundamental é envolver as pessoas. As pessoas trabalham, convivem, fazem novas amizades e é uma maneira de se sentirem realizadas. As famílias envolvem-se, amigos, e tudo é uma máquina a funcionar. É o próprio centro da vila que mexe, porque se não tiver vida, morre. O próprio comércio sente-se apoiado e é uma dinâmica que faz desenvolver tudo.