Inédito: Dezenas em palco para reinterpretar opereta escrita por Egas Moniz
Espetáculo inédito: 83 pessoas sobem ao palco do CTE para reinterpretar opereta escrita por Egas Moniz
43 elementos da comunidade estarrejense, 20 atores profissionais, 8 bailarinas, 8 músicos, 4 bombeiros e 9 técnicos reinterpretam a opereta “A Nossa Aldeia”, escrita por Egas Moniz (ACAFEM).
Apresentada em 1920 na Casa do Marinheiro, em Avanca, 104 anos depois, a opereta “A Nossa Aldeia” de Egas Moniz é adaptada à atualidade, e tem a grande estreia marcada para os próximos dias 29 e 30 de novembro, sexta-feira e sábado, às 21h30, no palco do Cine-Teatro de Estarreja. A apresentação deste espetáculo multidisciplinar é o expoente máximo da celebração do 150.º aniversário do nascimento do neurocientista, nascido a 29 de novembro de 1874.
Isabel Simões Pinto, vereadora da Cultura, realça que “não podia haver melhor forma de celebrar o 150.º aniversário do Nascimento de Egas Moniz, com um projeto artístico que envolve quase meia centena de pessoas da nossa Comunidade.” Garante não ter dúvidas de que de que mais do que o resultado que será apresentado em palco, “o processo criativo e de preparação desde junho até aos dias do espetáculo, será marcante para todos os participantes, contribuindo, desde logo para o bem-estar pessoal e social do grupo, mas acima de tudo para o fortalecimento da identidade local e para a construção de laços comunitários, ancorados numa herança cultural ímpar, o nosso Prémio Nobel da Medicina.”
A adaptação e a encenação apresentadas nesta opereta vão beber às tradições locais, à evolução histórica de Avanca, aos locais mais charmosos da região e às personalidades mais carismáticas da terra, dando maior ênfase à figura de Egas Moniz, homenageando-o. Esta representação está pejada de simbologias à sua vida e obra. Desde a cadeira que está em cena pertencer ao próprio Egas Moniz, à utilização da sua voz verdadeira, à exibição de raios x de pacientes, à presença dos animais que o acompanharam ao longo da vida, às referências das empresas que fundou, às músicas que o inspiravam e viagens que realizava a Paris.
A opereta tira partido do humor, pontuando-o com pormenores da atualidade, sem defraudar o passado recente, ainda presente no imaginário do povo. Um espetáculo multidisciplinar com a participação ativa da comunidade Estarrejense, tornando-o singular, memorável e encantatório.
A história original conta-se em dois atos e é um tributo a Avanca
O texto original revisita os anos 20, quando Egas Moniz apresenta na casa do Marinheiro, uma pequena opereta para entreter os amigos mais chegados. Esta teve como contrarregra Padre António Pinho e os cenários foram da responsabilidade de Maurício de Almeida.
A história retrata personagens simples do campo e da aldeia de Avanca, à data da escrita, que se surpreendem com algumas situações estranhas, que mais tarde vêm a saber, ser culpa de uma cadeira que tem o poder de os levar ao passado e projetá-los ao futuro. Assim, todos ficam a saber como será Avanca do futuro, pelo olhar ficcionado de Egas Moniz, que segundo ele, não será muito diferente das grandes metrópoles atuais. No entanto, sabemos todos, ainda longe de ser uma realidade. Egas Moniz usa desta ironia para criar uma singela comédia e fazer um tributo à sua terra natal, sem os chavões técnicos da sua escrita médica nem apartes políticos.
Rosa Maria Rodrigues, diretora da Casa Museu Egas Moniz, salienta que esta adaptação por ocasião da comemoração dos 150 anos do seu nascimento, “é um preito à genialidade e persistência que lhe permitiram granjear o Prémio Nobel, e que pelas suas invenções é considerado um dos neurocientistas de referência na História da Medicina.
O espetáculo, que integra a programação de “Aveiro 2024 – Capital Portuguesa da Cultura”, é uma coprodução do Município de Estarreja, “Sol d’Alma – Associação de Teatro” e “No sorriso da Lua”, com direção artística, dramaturgia e encenação de Leandro Ribeiro, e direção musical e composição de Vítor Sousa.
Já são escassos os lugares no CTE para assistir às duas sessões. Se pretende fazer parte deste espetáculo adquira o seu bilhete nos locais habituais: bilheteira online [cte.bol.pt], bilheteira do Cine-Teatro, ou através dos contactos 234 811 300/ [email protected].
Homenagem ao homem que tanto fez por Estarreja na Casa Museu Egas Moniz
Antes da estreia absoluta de “A Nossa Aldeia”, a Casa Museu Egas Moniz promove um “Momento Solene” com o objetivo de evocar o neurocientista que nasceu em Avanca em 1874, que constitui uma referência obrigatória quando se fala de vultos do século XX, bem como da História da Medicina. A sessão está agendada para sexta-feira, dia 29, às 16h30, e todos são convidados a participar.