Mesmo com todos as condicionalismos causados pela pandemia, o sector de tecnologia conseguiu
crescer em todo o mundo. Desde a televisão, que teve o seu papel reforçado e está cada
vez mais multifuncional, passando pelos jogos que serviram de alento durante o isolamento
social, até a segurança virtual que se tornou obrigatória com o home-office, practicamente
todo o segmento beneficiou com os novos estilos de vida que dependem directamente do
mundo online.
Em Portugal, o sector já estava em alta antes da crise. Uma pesquisa realizada no início de
2020, pelo Banco Europeu de Investimento, mostrou que as empresas digitais tiveram um
aumento no corpo de funcionários superior ao aumento das demais empresas no país.
Algumas medidas tomadas pelo Governo para atrair trabalhadores da tecnologia de fora do país e fomentar a inovação, como o Tech Visa, que facilita a obtenção dos vistos para especialistas da área.
Muito se falou que Portugal estava tecnologicamente atrasado em relação aos vizinhos europeus.
Hoje, a situação já é diferente. O relatório Technology Fast 500, feito em 2019 pela Deloitte, listou as 500 empresas mais promissoras do sector de tecnologia da Europa, da África e do Oriente Médio. O ranking conta com a presença de 31 companhias portuguesas.
A mais bem colocada na lista é a Findster, uma empresa especializada em soluções para
localizar animais de estimação perdidos através de sistemas de GPS. No início de 2019, os
produtos da companhia chegaram a figurar em listas dos produtos mais vendidos da
Amazon nos Estados Unidos, mostrando a o potencial e a força da inovação em Portugal.
O caso da Findster mostra bem que a tecnologia não se trata apenas de equipamentos
complicados ou serviços que só os especialistas entendem. A empresa conseguiu vencer o
grande desafio da inovação, que é aliar as necessidades das pessoas às tecnologias, o que
se tornou ainda mais necessário durante a crise do coronavírus.
Com a ascensão das tecnologias, até as empresas que não são digitais estão a aproveitar o momento. Antes da pandemia, apenas 40% das lojas portuguesas tinham presença online, número que subiu para 60% actualmente. Isso ocorreu graças ao fortalecimento do e-commerce, que cresceu 60% durante a pandemia no país. 51% da população nacional já tem o hábito de fazer compras pela internet.
Convém lembrar que 84,5% dos habitantes do país já possuem ligação à internet, de
acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE). Portanto, daqui para frente, os
números de sucesso do mundo tecnológico só tendem a aumentar, já que a comodidade e
a facilidade que os serviços digitais trazem já conquistaram muitos portugueses que nunca
haviam explorado tais funcionalidades.
