Grupo de Trabalho do Litoral apresenta conclusões em Novembro
As conclusões do Grupo de Trabalho do Litoral (GTL) serão anunciadas no início do próximo mês e segundo o Secretário de Estado do Ambiente, Paulo Lemos, todas as possibilidades estão em aberto.
“O GTL pode chegar à conclusão de que, no litoral aveirense, pode haver situações em que mais vale retirar as pessoas do que estar a fazer obras permanentes”, disse o governante, convidando a aguardar por aquilo “que o grupo nos diz”.
Paulo Lemos esteve no fim-de-semana de visita à costa aveirense, concluindo que de uma maneira geral, as praias estão hoje em “melhores condições de resistir a eventuais temporais que haja no Inverno”.
Apesar do optimismo, não deixou de lembrar que “a nossa costa é frágil por natureza e uma das mais frágeis da Europa, devido quer à nossa posição geográfica, quer aos efeitos das mudanças climáticas”. Daí que, continuou, “os estudos feitos apontassem para a necessidade deste tipo de intervenção nestas praias”.
Recorde-se que GTL foi de iniciativa do Ministério do Ambiente para se debruçar sobre os problemas do litoral português.
Paulo Lemos espera que o GTL apresente, “em breve, as suas conclusões e nos apresente as suas indicações para o tipo de intervenções que deverão ser prioritárias no nosso litoral”.
O resultado deste trabalho será importante, inclusivamente, para o próximo quadro de investimento 2014/2018, no âmbito do qual serão inscritas as obras para a costa portuguesa e que, poderão marcar uma mudança na estratégia de intervenção. Paulo Lemos prometeu “apostar em obras mais resistentes”. “Vamos igualmente, ao mesmo tempo, tentar compreender o que correu bem e o que correu mal”, adiantou.
Os estudos apontam para que o nosso litoral seja dos mais vulneráveis ao efeito das tempestades, o que se agrava com as alterações climáticas e os fenómenos extremos mais frequentes. Aliás, frisou, “há muito que não se via um fenómeno como o que aconteceu o ano passado na nossa costa, mas nada nos diz que não possa voltar a acontecer uma situação semelhante ou pior”.
Paulo Lemos lembra que “o que temos estado a fazer são as chamadas intervenções tradicionais, como recuperar as defesas existentes, colocar areia nas praias e repor os cordões dunares”. “Era o que estava previsto e está feito e julgamos que vai ajudar a enfrentar o próximo inverno, de forma mais resiliente”.
Mas o Governo, destacou, quer procurar “soluções mais duradouras e inovadoras e foi por isso que quisemos envolver as universidades neste grupo para ver que outras abordagens se podem fazer para proteger a costa”. (Foto: Arquivo)