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Governo quer demolir 835 construções ilegais na costa este ano

O ministro do Ambiente e do Ordenamento do Território, Jorge Moreira da Silva, prometeu nesta quarta-feira que vão ser demolidas este ano 835 construções ilegalmente na orla costeira, a começar já em Maio ou Junho. Para esta operação está prevista uma verba de 16,6 milhões de euros.

O gabinete de imprensa do ministério do Ambiente não adiantou mais nada para além do que o ministro disse no Parlamento.

Reagindo às declarações do ministro, o presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA), Ribau Esteves, disse à Lusa que a demolição de casas na costa "não vai resolver o problema da erosão costeira". No máximo, admite, vai diminuir o risco de vida de algumas pessoas.

A CIRA é constituída por 11 municípios, cinco dos quais na orla costeira, e os prejuízos decorrentes da agitação marítima sentem-se em especial nas praias dos concelhos de Vagos, Ílhavo e Ovar.
"Discordo completamente de que tenha de haver um recuo da ocupação costeira. As áreas urbanas dos municípios de Vagos, Ílhavo e Ovar, que são as de maior risco, estão correctas e temos de as defender", afirmou Ribau Esteves.

O presidente da Câmara Municipal de Ovar, Salvador Malheiro, também discorda da deslocalização de pessoas da costa. No caso de Ovar, por exemplo, já fez as contas: “se quisermos realojar 5 mil pessoas, podemos estar a falar de uma verba próxima dos 100 milhões de euros”. E, pior do que isso, alerta, “perde-se a riqueza deste Município”.

Por outro lado, recorda que “as pessoas que construíram ali, fizeram-no de forma legal e não têm culpa do que está a acontecer”. “Não podemos defraudar essas expectativas”, vinca.

É, por isso que considera de todo preferível apostar em “novas soluções, como as defesas destacadas, esporões paralelos ao mar, colocados mar a dentro, a centenas de metros”. O edil acrescenta a esta, a implementação de energias ‘off-shore’. “É importante que se aposte na defesa de pólos dinamizadres da economia e em Ovar vai ser preciso recuperar e investir muito”, avisa.

O presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro, Ribau Esteves disse ao Diário de Aveiro que “não há casas de construção clandestina”, assegurando a legalidade das construções. Aponta para a excepção de um pequeno núcleo a sul da praia de Esmoriz e “casos dispersos”. A região estará fora da lista: “Quando o ministro do ambiente se pronunciou não estava a referir-se a costa aveirense”.

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