Durante inúmeros anos, o povo protestou querendo uma ponte que fizesse travessia entre as duas margens da Ria.
Em 1898, pensou-se na constituição de uma sociedade para a construção da ponte mas só em 1900 e, a pedido de forças políticas do concelho de Estarreja, o Conselheiro Hintze Ribeiro mandou proceder ao seu estudo. Por decreto de Janeiro de 1906, o Governo mandou abrir concurso para a sua construção.
O Governo caiu e o concurso não avançou. Só em 1935, a Câmara Municipal da Murtosa mandou repetir o estudo da ponte e fazer um anteprojecto para ser apresentado ao Ministro das Obras Públicas.
Esta apresentação foi apoiada por uma comissão de toda região, assim como pelos presidentes e vereadores das Câmaras Municipais de Estarreja, Ovar, Murtosa, Oliveira de Azeméis e Albergaria-a-Velha, que se deslocaram a Lisboa para esse fim.
O Ministro gostou do que viu e pediu o parecer à Junta Autónoma da Ria e Barra de Aveiro, ainda antes de escolher o local da construção da ponte. Uns preferiam a Béstida, outros no lugar da Varela.
Ficou decidido, após diversos estudos, que a Varela seria o local mais apropriado, dado que o canal neste ponto tem cerca de 300 metros de largura, bastante mais estreito do que na Béstida.
A Ponte é hoje um ‘ex-libris’ da Ria, com os seus vãos largos para a passagem das embarcações, feitos de cimento e betão armado. A inauguração aconteceu no dia 22 de Junho de 1964, ligando as duas margens como era desejo das populações ribeirinhas.
A Ponte da Varela, lançada sobre a Ria – magnífico dom da Natureza e Alma-Mater da nossa gente – veio facilitar a comunicação com a banda de cá, relegando para lugar secundário a obsoleta carreira de lanchas.”
(Prof. Jaime Vilar – Murtosa, Junho 1971) – in Câmara Municipal da Murtosa
Foto: Alberto Neiva
