Esquadra de aviões Canadair ficará sediada na Base Aérea N.º 8, em Ovar
A Força Aérea vai ser equipada com dois aviões bombardeiros pesados DHC-515 Firefighter, vulgo Canadair, para a missão de combate aos incêndios rurais. As duas aeronaves foram adquiridas com fundos comunitários do programa RescEU, a que acrescem verbas nacionais, prevendo-se a entrega do primeiro avião em 2029 e do segundo em 2030, sendo que a futura esquadra daqueles dois aviões ficará sediada na Base Aérea N.º 8, em Ovar.
O Museu do Ar acolheu esta semana a cerimónia de assinatura do contrato de aquisição, num evento que contou com a presença do Ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, da Ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, e do Chefe do Estado-Maior da Força Aérea e Autoridade Aeronáutica Nacional, General João Cartaxo Alves.
Durante a cerimónia, o Chefe do Estado-Maior da Força Aérea, General João Cartaxo Alves, destacou a importância da aquisição no reforço da capacidade de resposta do país a emergências e para a Força Aérea. “Este momento em que assinamos o contrato de uma das aeronaves mais utilizadas no mundo para combate a incêndios rurais, tem para a Força Aérea e para o país um grande significado, pois marca a construção da capacidade própria do Estado, naquele que era um desígnio nacional do domínio do combate aéreo aos incêndios rurais”, afirmou.
A Ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, salientou a importância da aquisição destas novas aeronaves, tanto para Portugal como para a Europa, no sentido de uma resposta rápida e eficaz quando nos depararmos com situações que assim a necessitem, não restando “dúvidas de que este apoio, no valor de cerca de 100 milhões de euros, se revela absolutamente fundamental para que Portugal e a Europa possam, com a maior confiança, enfrentar os desafios futuros nesta área. A todos, reforço a minha convicção de que a proteção civil, a prevenção e a resposta aos incêndios florestais, bem como todos os desafios que se colocam neste domínio, dependem da ação empenhada de todos, desde logo do Governo e dos seus parceiros europeus e internacionais, mas também da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, das Forças Armadas, das Forças de Segurança, das Associações Humanitárias de Bombeiros Voluntários e de todos os cidadãos; devendo todos, em conjuntos, contribuir para a preservação da natureza e do meio ambiente, para a proteção das pessoas e dos bens e para um ambiente mais seguro para as gerações vindouras”, declarou a Ministra.
Já o Ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, enfatizou o compromisso de uma melhor resposta com esta nova aquisição, destacando que “aquilo que hoje aqui firmamos é um compromisso para a edificação de uma nova capacidade que reforçará os meios próprios em Portugal para o combate a incêndios”, mais concretamente da Força Aérea Portuguesa na participação “nas ações de prevenção e de combate aos fogos”, o que representa a importância da Instituição “principalmente em tempos de paz, porque o que desejamos é que a paz possa ser perpétua ao serviço das populações”. Justificou ainda o facto da assinatura do contrato de aquisição ter sido delegado no Chefe do Estado-Maior da Força Aérea, tendo em conta que “a titularidade destas aeronaves ficarão na Força Aérea Portuguesa”, e, mais importante ainda, “tem que ver com o facto de que, de cada vez que forem chamados, nos cenários mais difíceis, por vezes dantescos, como todos já testemunhamos em Portugal, serão militares, homens e mulheres da Força Aérea Portuguesa” a avançar, “correndo todos os riscos, em guerras, que são guerras ferozes, mas contra a natureza, a par, muitas vezes, de bravíssimos bombeiros que, em terra, fazem um esforço equivalente”, finalizou o ministro.
O evento ficou concluído com a assinatura do contrato de aquisição dos dois aviões bombardeiros pesados DHC-515 entre a Canadian Commercial Corporation, representada pela Vice-Presidente Kimberlee Douglas, e a Força Aérea Portuguesa, pelo “CEMFA”.
O bombardeiro pesado DHC-515 consegue reabastecer os tanques de água em 12 segundos a partir de lagos, rios ou oceanos. Portugal é o terceiro país a adequirir aquelas aeronaves utilizando o “Mecanismo da União”, reforçado com o Programa RescEU, depois da Grécia e da Croácia. Assim, os dois aviões bombardeiros juntar-se-ão aos helicópteros UH-60 Black Hawk, entregues em novembro de 2023, para a missão da Força Aérea de combate aos incêndios rurais.