Enfermeiros sem opção para acompanhamento dos filhos
A Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE) denunciou hoje que há enfermeiros a serem pressionados a ir trabalhar sem opção viável de acompanhamento dos filhos e reivindica que as crianças possam continuar a ir para as escolas que frequentam.
Contactada pela Lusa, na sequência de um texto publicado na página da ASPE na rede social Facebook, a presidente, Lúcia Leite, criticou que os enfermeiros estão sem opções de acompanhamento dos filhos a não ser colocar as crianças nas escolas designadas para acolher os educandos de profissionais imprescindíveis para combater a pandemia.
Se “existe necessidade de disponibilidade dos enfermeiros” por causa do aumento do número de infeções, de internamentos e de óbitos associados ao SARS-CoV-2, então o Governo tem de garantir que os filhos dos enfermeiros fiquem nas “próprias escolas” em que estão matriculados, com “os mesmos professores, as mesmas educadoras”, defendeu a dirigente da ASPE.
Lúcia Leite utilizou o exemplo de Ovar, onde reside, em que a instituição que acolhe os filhos dos profissionais da linha da frente é a Escola Secundária Dr. José Macedo Fragateiro.
“Obviamente ninguém vai levar crianças pequenas para uma secundária”, sustentou, acrescentando que há crianças “com necessidades especiais” que precisam de “alguns cuidados” específicos.