Eleita a Comissão Concelhia Coordenadora do BE de Ovar
No passado dia 14 de Janeiro decorreram as eleições e foi eleita a nova Comissão Coordenadora
Concelhia do Bloco de Esquerda de Ovar, com mandato válido por 2 anos, tendo saído vitoriosa a proposta da lista O por unanimidade, num ato eleitoral que decorreu, uma vez mais, com total legitimidade estatutária e normalidade democrática.
O programa da lista vencedora fundamenta-se numa reflexão a nível municipal dos principais problemas, imediatos e futuros, que a grande maioria da população enfrenta, a par com as principais linhas estratégicas e programáticas que saíram da V Conferencia Nacional do Bloco de Esquerda, de Outubro de 2024.
Doze anos de governação PSD no concelho deixaram a marca do retrocesso. Hoje é muito mais difícil
suportar o custo de uma casa em Ovar e a gentrificação faz-se sentir cada vez mais. O inquérito de
caracterização de pessoas sem-abrigo identifica Ovar como o quinto concelho a nível nacional com
mais pessoas sem casa. Isso é reflexo da profunda crise social e, em simultâneo, da especulação no
mercado de habitação.
A perda de serviços públicostem-se abatido também neste concelho, em particular na Saúde, mas do
Executivo da Câmara Municipal não houve um empenho sério para lutar pela reativação das urgências hospitalares nem eficácia na reabertura de vários polos de saúde de proximidade.
Salvador Malheiro, que tinha jurado tudo fazer para conseguir a abertura das urgências, apanhando-se na
Assembleia da República como deputado, esqueceu as promessas e nada fez com eficácia para evitar
o chumbo, pelo seu partido, da nossa proposta para a reabertura das Urgências no Hospital de Ovar.
Foi também durante estes 12 anos de governação PSD que se têm abatido setores inteiros do nosso pinhal, em tabula rasa. Na verdade, o novo Plano de Gestão Florestal 20-38, ainda por discutir e votar em Assembleia Municipal, não difere do homónimo anterior, em vigor, quanto à estratégia
meramente extrativista na nossa floresta.
Pior, prevê um aumento de volume a corte, e o arraso de 25% de cada talhão, sem garantir medidas concretas de compensação para a preservação dos habitats, da replantação cuidada ou sequer da monitorização do avanço das espécies invasoras com
alto potencial combustível, como a Acácia.
Mas os problemas ambientais só não se ficam por aqui, e só se vêm agravando, sem solução à vista para o aterro de Cortegaça, sem estratégias de médio e longo prazos para a orla costeira e as populações que ali vivem, todos os anos fustigadas com o avanço do mar e cheias.
Nestes 12 anos o Bloco de Esquerda tem sido uma voz ativa, mas insuficiente para contrariar os
ditames e os interesses que orientam a política do PSD e, de forma geral, a política do “centrão”.
Teremos de ser ainda mais ativos nos próximos meses através, quer de ações junto da sociedade civil,
quer do fortalecimento da nossa presença autárquica no concelho, em linha com a força popular que
confirmou, nas últimas eleições legislativas, o Bloco de Esquerda como a maior força política de
verdadeira Esquerda no concelho.
Mas precisamos de fazer mais.
E em alguns casos, precisamos de fazer melhor. Por isso mesmo, vamos
procurar construir pontes com movimentos e ativistas que se revejam na ideia de sociedade da
Esquerda. Esta união de forças à esquerda pode também estender-se a partidos, e o Bloco de Esquerda, nas próximas eleições autárquicas, estará empenhado na criação de diálogos alargados e construção de convergências, em alternativa ao bloco central, assente em valores democráticos e humanistas de justiça social e económica, em busca da concretização plena do direito à habitação, no acesso universal a serviços públicos, no combate à perda de direitos laborais e à precariedade,
sempre pelo empoderamento dos trabalhadores, de respostas concretas à crise climática.
A Comissão Coordenadora Concelhia do BE de Ovar