Life&Tek

Do dado de osso ao metaverso: Como o jogo evoluiu com a tecnologia (e vice-versa)  

No ano 3000 a.C., um pastor mesopotâmio talvez tenha lançado ossos de carneiro no chão, criando o primeiro jogo de azar. Dois milénios depois, romanos apostavam em corridas de bigas usando tesserae, pequenas peças de osso gravadas.

Hoje, um jogador desliza o dedo num ecrã tátil da Bizbet app, onde algoritmos calculam probabilidades em tempo real e dealers virtuais distribuem cartas para milhares de utilizadores simultâneos. Esta jornada não é apenas sobre inovação — é uma dança simbiótica entre o desejo humano de jogar e a tecnologia que transforma esse desejo em experiência.

Ao longo dos séculos, cada avanço tecnológico redefiniu o que significa “jogar”. Da imprensa de Gutenberg, que popularizou baralhos de cartas padronizados, aos satélites que permitem apostas ao vivo de qualquer lugar do globo, o jogo sempre foi um pioneiro na adopção de novas ferramentas. Este artigo explora como a tecnologia não só ampliou o acesso ao jogo, mas também reinventou sua essência, criando universos onde a sorte e a habilidade se fundem com bits e pixels.  

Da mecânica à eletrónica: Os primeiros passos da revolução  

A relação entre jogo e tecnologia começou com o mais básico dos inventos: a roda. Na China antiga, a Roda da Fortuna, feita de bambu e seda, era usada em rituais de adivinhação que mais tarde inspiraram roletas europeias. Porém, foi a Revolução Industrial que acelerou a mudança. Máquinas a vapor permitiram a produção em massa de dados, cartas e slot machines mecânicas, como o icónico Liberty Bell de 1895, que usava molas e alavancas para girar símbolos.  

A eletricidade, no século XX, trouxe o primeiro salto quântico. Os fliperamas dos anos 1950, com suas luzes piscantes e sons eletromecânicos, transformaram salões de jogos em templos de inovação. Em 1972, o Pong da Atari digitalizou o ténis, provando que ecrãs poderiam ser arenas. Mas o verdadeiro divisor de águas foi o microprocessador. Cassinos adotaram máquinas eletrónicas de slots nos anos 1980, onde RNGs (Random Number Generators) substituíram tambores físicos, aumentando a segurança (e o mistério) do jogo.  

A era digital: Quando o jogo virou código (e o código virou jogo) 

A internet reescreveu as regras. Nos anos 1990, os primeiros cassinos online surgiram, usando protocolos básicos de HTML para simular mesas de blackjack. Plataformas representam o ápice dessa evolução: jogos ao vivo com dealers reais transmitidos via streaming 4K, blockchain para transparência em apostas, e IA que personaliza experiências com base no comportamento do utilizador.  

Os videojogos, por sua vez, tornaram-se laboratórios de tecnologia. Títulos como World of Warcraft (2004) testaram redes de servidores massivas, enquanto Pokémon GO (2016) popularizou a realidade aumentada. Até mesmo o poker online beneficiou de avanços: bots com IA como o Pluribus (desenvolvido pela Facebook AI) desafiam jogadores profissionais, aprendendo estratégias através de milhões de partidas simuladas.  

O mobile foi o grande equalizador. Smartphones colocaram jogos de alta complexidade — desde RPGs a plataformas de apostas — nos bolsos de 3,6 mil milhões de pessoas. Tecnologias como 5G e cloud gaming prometem eliminar limites físicos: imagine jogar roleta num cassino virtual de Macau, renderizado em tempo real num servidor na Islândia, sem lag.  

Futuro imersivo: realidade virtual, NFTs e além

Se o século XX foi sobre digitalizar o jogo, o XXI é sobre torná-lo visceral. A realidade virtual (VR) permite que jogadores entrem em cassinos digitais onde podem caminhar por salões, ler expressões de outros avatares e até sentir o peso fictício de uma ficha. Empresas como Sony e Meta investem em haptics — luvas e coletes que simulam toque e impacto —, prometendo uma imersão total.  

Os NFTs (Non-Fungible Tokens) introduziram a posse digital. Em jogos como Axie Infinity, jogadores compram e vendem criaturas virtuais únicas, usando criptomoedas. Este modelo, chamado play-to-earn, transforma o jogo numa profissão, algo impensável sem blockchain.  

Mas a fronteira final é o metaverso. Projetos como Decentraland e The Sandbox permitem que utilizadores construam cassinos, organizem torneios e até criem suas próprias regras de jogo, tudo num espaço persistente e compartilhado. Aqui, a tecnologia não serve o jogo — é o jogo.  

Um jogo sem fim 

A história do jogo é a história da tecnologia. Cada inovação — do dado à nuvem — expandiu os limites do possível, transformando passatempos locais em fenómenos globais. Plataformas são apenas um capítulo recente nessa saga, mostrando como até tradições milenares podem renascer em formatos digitais.  

No futuro, à medida que a IA, a biometria e a neurotecnologia avançarem, o jogo poderá tornar-se ainda mais pessoal e imersivo. Imagine apostas controladas por ondas cerebrais ou jogos que se adaptam ao seu estado emocional em tempo real. Uma coisa é certa: enquanto houver tecnologia, haverá novos modos de jogar. E enquanto houver humanos, haverá quem arrisque, inove e, acima de tudo, divirta-se.  

 

Botão Voltar ao Topo