Confraria do Pão-de-ló de Ovar entroniza os primeiros membros
A Confraria Gastronómica do Pão-de-ló de Ovar realiza este sábado a entronização solene dos seus primeiros 51 membros, cujo traje oficial tem como elemento distinto aquela que deverá ser “a única insígnia nacional em azulejo”.
A iniciaitiva partiu da Associação de Produtores de Pão-de-ló de Ovar, fundando em abril a confraria da qual Rui Catalão, o presidente, é agora chanceler-mor.
“O nosso traje respeita as cores do pão-de-ló, que são o amarelo e o castanho, e não se destaca em relação às outras confrarias”, admite. “Mas a nossa insígnia já tem outra importância, porque deve ser a única do país feita em azulejo”, realça.
A escolha da cerâmica para fabrico dessa peça decorativa prende-se com o facto de se atribuir a Ovar a reputação de cidade-museu do azulejo, o que os criadores do traje da confraria quiseram introduzir no seu trabalho.
Esse elemento da tradição “vareira” foi assim aplicado na insígnia, que é segura por fitas sobre o fato e cuja face frontal é preenchida com o desenho não apenas de um pão-de-ló, mas também de “outro ex-líbris da cidade, que é o chafariz do Neptuno”.
Para Rui Catalão, esses detalhes ajudam a impor o espírito de fidelidade implícito no “juramento em que todos os entronizados vão prometer defender e promover o pão-de-ló de Ovar, o município e a genuinidade e tradição deste produto”.
o trabalho será particularmente pertinente agora que a Associação de Produtores espera ver aprovada pela União Europeia a classificação dessa iguaria enquanto produto de Indicação Geográfica Protegida.
“A diferença é que, até aqui, todo este trabalho de divulgação do pão-de-ló vinha sendo feita pela Associação de Produtores”, nota Rui Catalão. “Daqui para a frente, a Confraria fica com a árdua tarefa de controlar tudo o que se relaciona com a organização de eventos e a participação em feiras nacionais e internacionais, enquanto a Associação passa a concentrar-se apenas na gestão da marca e no aperfeiçoamento científico do produto”, conclui.