Condomínios: disparam dívidas incobráveis com a crise
O presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Gestão e Administração de Condomínios (APEGAC) denuncia que o número de pessoas que não paga o condomínio aumentou com a crise.
Vítor Amaral, administrador da MultiFracção, de Ovar, assegura, citado pela TSF, que nos últimos meses o cenário não registou grandes mudanças.”Estas são as dívidas que se pagam em último lugar porque não há um reflexo imediato. Se um condómino deixar de pagar o carro podem ir buscar-lhe o carro, se deixar de pagar a água ou a luz cortam-lhe estes serviços. Se não pagar o condomínio nada lhe pode acontecer de imediato”.
O mais preocupante, segundo o responsável, nesta altura é o aumento de dívidas incobráveis. Recorrendo à sua experiência à frente de uma empresa que trabalha neste ramos há vinte anos, Vítor Amaral conta que nos primeiros 17 anos nunca teve de lidar com um caso de dívida incobrável e que nos últimos três isso já aconteceu várias vezes.
«Há condóminos declarados insolventes, há condóminos que mesmo não sendo insolventes não têm património. Têm a fracção mas a dívida ao banco é superior ao valor real da sua fracção».
Para resolver este problema, o presidente da Associação sugere que sempre que haja uma mudança de propriedade «deveria ser obrigatória uma declaração de dívida ou de não dívida assinada pelo administrador de condomínio».