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Compositor vareiro nomeado para os Prémios Sophia

O músico vareiro, Bernardo Libório, é o autor da banda sonora original do filme português “Casas Caiadas”, nomeado para um Prêmio Sophia. O filme, do realizador Kyle Sousa, acabou por não ganhar nenhum prémio na gala que decorreu na passada quinta-feira, no Centro Cultural de Belém, mas o músico ovarense de 26 anos, diz que “foi muito bom o filme ficar no Top8, numa selecção severa de mais de 80 filmes”.

A oportunidade de compor a banda sonora de “Casas Caiadas” surgiu porque “eu e o realizador estudamos na mesma faculdade (Universidade Católica Portuguesa) e eu já fiz o mesmo para outros filmes, assim como músicas para publicidade televisiva”.

Bernardo Libório é convidado, quase todos os anos, para fazer banda sonora ou sonoplastia de obras cinematográficas. “Infelizmente, devido à carga de trabalho, cada vez vou aceitando menos os trabalhos académicos”, desabafou o músico ao nosso jornal.

Embora não tenha ganho nenhum Prémio Sophia (Prémio Sophia Estudante 2017 – Categoria Ficção), “Casas Caiadas” está a concurso em diversos festivais nacionais e internacionais e, por isso, “estamos esperançados e à espera”.

“Compor uma música para um filme depende de muitos factores”, explica Bernardo Libório que acredita que “quando se está envolvido na área acaba-se por desenvolver ou encontrar a melhor metodologia de trabalho que favoreça a criação de qualquer composição sonora para um filme”.

A primeira fase, desvenda, “é sempre um pouco mais investigativa”. Após ler o script (guião), “falo com o realizador para tentar ter um pouco da visão dele sobre o que é o filme (época, estilo, historia, etc), conhecer os personagens, encontrar os momentos chaves, ou seja, onde poderia ou não ter música, onde é importante que tenha, onde a música poderá conferir mais emoção e envolvimento ao espectador ao longo da narrativa cinematográfica”.

Depois, “concentro-me em imagens/filmagens do filme para me inspirar e definir o género musical no qual irei compor a banda sonora”. A música começa a ser feita ao mesmo tempo que a equipa de edição começa a juntar as filmagens. “Isto significa que eu ja vou tendo acesso ao timing em que as acções se vão desenrolando durante o filme o que, por sua vez, me ajuda a definir um tempo, um andamento, como quiserem chamar. Esse tempo vai variando consoante a situação, acção, etc”.

Por último, chega a parte que Bernardo considera “mais difícil” que é a da criação em si, “onde tenho de me preocupar com a criação de uma melodia ou várias, assim como tenho de tratar da parte harmónica e rítmica. Tudo me ajuda a criar. As cores ajudam a escolher notas musicas e também a pensar em harmonias, assim como os momentos e as acções presentes na história me ajudam a escolher a tonalidade que vou usar em cada trecho sonoro”, conclui Bernardo Libório, que é licenciado em som e imagem pela Universidade Católica, frequentando, actualmente o mestrado em design de som.

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