Cirurgia de catarata pode diminuir risco de demência entre pacientes mais velhos
A Associação de Profissionais Licenciados de Optometria (APLO) apela a um melhoramento do acesso dos cuidados de saúde da visão no que respeita à cirurgia da catarata uma vez que, esta intervenção, pode diminuir o risco de demência entre pacientes mais velhos.
De acordo com um estudo realizado nos EUA, e publicado no jornal científico JAMA Internal Medicine, da Associação Médica Americana, “indivíduos idosos com catarata que foram submetidos à cirurgia tiveram um risco menor de desenvolver demência”.
“Portugal é o segundo país do mundo com média de idade mais elevada e por isso deve preparar-se para os desafios do envelhecimento. Melhorar a saúde ocular no contexto de uma população envelhecida deve ser uma prioridade das principais entidades de saúde e decisores políticos”, adverte Raúl de Sousa, Presidente da Associação de Profissionais Licenciados de Optometria (APLO), referindo o estudo norte-americano ‘Association Between Cataract Extraction and Development of Dementia’.
Na cirurgia de catarata, o cristalino é removido. A lente natural do olho é substituída por uma lente intraocular (LIO) artificial.
O estudo teve por base a participação de 3.038 adultos, com 65 anos ou mais com cataratas tendo 46% dos quais sido submetidos a cirurgia de catarata.
“Indivíduos que fizeram cirurgia de catarata tiveram um risco menor de desenvolver demência do que aqueles que não foram submetidos à cirurgia durante um período de acompanhamento médio de cerca de 8 anos, por pessoa”, refere o estudo.
O trabalho de observação permitiu auferir que “pessoas cujas cataratas limitam sua visão podem evitar contato social, exercícios e atividades”, o que “pode acelerar o declínio cognitivo”.
“A deficiência visual também pode diminuir a entrada neuronal e acelerar a neurodegeneração ou aumentar a carga cognitiva à medida que as pessoas tentam compensar a perda de visão”, lê-se ainda no estudo norte-americano.
O estudo está disponível em: https://jamanetwork.com/journals/jamainternalmedicine/fullarticle/2786583,