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Ruína e vegetação tomam conta da Capela de São Lourenço (Galeria)

Na rua José Falcão, anexa ao edifício da PSP, em Ovar, a Capela de São Lourenço conheceu novo episódio da ruína que dela tomou conta há vários anos, com a destruição da porta frontal, provavelmente por vandalismo.

Refira-se que o templo se encontra à venda numa rede imobiliária, dado pertencer ao imóvel apalaçado que também está para venda há já algum tempo.

Templo privado, mandado erigir em 1745, pelo Dr. Amorim que, tendo enviuvado, se ordenou presbítero (clérigo que tem ordens de missa) e aqui deu a sua primeira missa acolitado por dois filhos congreganistas.

A capela tinha coro assente em arco de cantaria, belo púlpito e sacristia, cujo tecto ostentava a data de 1755, possivelmente o ano do fim das obras.

O altar albergava as imagens de São Lourenço, assim como as de Santa Luzia e Nossa Senhora dos Anjos.

Em 1860 foram depositados nesta capela, as ossadas de Dona Esmenia Correia de Matos Pinto e de sua filha de cinco meses, Esmenia, oriundas do Rio de Janeiro (Brasil). Dado o estado de ruína do imóvel, ambas foram transladadas para o cemitério de Ovar.

Enquanto lá viveu Leonor Amaral, professora de música, conhecida por tocar piano numa das amplas salas cujo som ecoava no centro histórico vareiro, o conjunto teve alguma manutenção. Com a sua morte, o edifício reverteu para herdeiros que, não tendo intenção de ali habitar e encontrando-se fora, pretendem vender o imóvel histórico.

É certo que se trata de património privado, mas não é por isso se pode deixar de registar a tristeza do estado a que chegou.

A par do estado de ruína avançada dos Paços do Concelho de Pereira Jusã e da capela da família Nunes da Silva, este é outro exemplo de degradação qie chama muito mais atenção de quem nos visita do que dos que cá residem e com esta realidade convivem diariamente.

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