Câmara vai tomar posse administrativa e avançar para a demolição do cine-teatro
Depois de, na noite de ontem, cerca das 22.20 horas, ter ruído mais um pedaço do que resta do cine-teatro de Ovar, o presidente da Câmara Municipal, Salvador Malheiro, adianta que vai tomar posse administrativa e avançar para uma “acção de emergência”, que pode passar pela demolição parcial do imóvel.
O edil ovarense está a acompanhar a situação em permanência, em conjunto com a Protecção Civil e a Comissão de Vistoria do Município. “O Cine-Teatro de Ovar é propriedade privada”, lembra antes de tudo, lembrando que “a sua requalificação como casa de espectáculos ficou comprometida com a opção da construção do Centro de Arte de Ovar a poucas dezenas de metros”.
Mesmo assim, revela que, “recentemente, e numa estratégia de regeneração e requalificação urbana, pela primeira vez na história, a Câmara de Ovar apresentou um proposta concreta de aquisição do imóvel aos proprietários privados, a qual aguarda ainda resposta”.
No entanto, “o edifício tem apresentado sinais de derrocada parcial nos últimos tempos, colocando em risco a segurança pública”, pelo que a Câmara Municipal de Ovar teve que fazer o que lhe é exigido no actual quadro legal. “Com base em relatórios da Protecção Civil, a Câmara Municipal de Ovar tem notificado os proprietários para a necessidade de intervenção, dentro dos termos legais, tendo mesmo, recentemente, dado um prazo limite para a sua demolição. “Os proprietários não deram cumprimento”, diz Salvador Malheiro, apontando que após a derrocada parcial da última noite esteve no local e pôde verificar que a “situação é bastante grave!”
“Hoje de manhã, após ponderação técnica com os Bombeiros, com a equipa técnica da Câmara Municipal de Ovar e depois de ter observado directamente a parte alta do edifício por recurso a equipamentos adequados, tenho a perfeita consciência de que o risco de derrocada do edifício é eminente”. Perante estes factos, decidiu “avançar para a posse administrativa do prédio” e “preparar uma intervenção de emergência de iniciativa da Câmara Municipal de Ovar atento o estado de necessidade absoluta de acção para garantir as condições satisfatórias de segurança pública”.
“Apesar da celeridade de todas estas decisões e sabendo que este imóvel faz parte da história ovarense, a demolição parcial será feita por um empresa qualificada tentando-se manter o máximo do seu património arquitectónico”, garante Salvador Malheiro.