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Bigod pinta mural com 550 metros de identidade local na Bondalti

ESTAU - Estarreja Arte Urbana volta às ruas da cidade para a 6.ª edição

O festival de arte urbana de Estarreja arranca oficialmente no sábado, dia 14, mas já se começa a desenhar na cidade. Num extenso muro na entrada norte da cidade, na EN109, as cores já anunciam o ESTAU’24.

Um extenso muro envolvente da Bondalti, está já a ser intervencionado pelo português Bigod, que encontrou inspiração na paleta de cores do brasão de Estarreja, partindo para várias imagens identitárias do concelho a retratar neste mural, desde o património arquitetónico industrial, à identidade gráfica histórica, o cultivo do arroz, a construção naval ou a tapeçaria. Numa parceria com a empresa Bondalti que volta a associar-se ao evento (em 2022, um dos tanques principais da fábrica de cloro da Bondalti foi intervencionado pelo artista brasileiro Thiago Mazza), esta pintura mural que ocupa 550 metros de cumprimento, representa uma nova e simbólica entrada para a cidade.

BIGOD
…é João Domingos que nasceu e cresceu na Aldeia dos Cortiçóis, em Benfica do Ribatejo, e acredita que esse facto é base fundamental da sua identidade enquanto artista. Desde cedo se interessou pela arte que via nascer pelas ruas e aos 14 anos começou a pintar. No entanto, foi somente em 2014, enquanto estudante de Artes Plásticas e Multimédia, que a sua identidade surgiu, ao assinar o seu trabalho de final de curso. Desde então, oportunidades foram-se sucedendo e a pintura começou a ter um papel central na sua vida. O nome artístico “BIGOD” é uma homenagem à sua própria terra, aos mais velhos e às suas tradições e etnografia.

As ruas e a cidade são a tela onde se mesclam as cores, as texturas, os sons, o património, as gentes e a identidade de uma terra. De 14 a 22 de setembro, a Câmara Municipal de Estarreja convida a usufruir da arte, do espaço público e do processo de criação das novas pinturas murais neste museu a céu aberto.

Nesta edição, o festival vai continuar a interagir com a comunidade local e fazer com que a Arte Urbana retrate a identidade e o património, usando-se do território como espaço de realização e de reflexão através da arte sobre temas que fazem parte da agenda global, como a sustentabilidade ambiental ou a identidade cultural. Este ano, as novas histórias, cores e formas são moldadas pelas mãos dos artistas Tellas (Itália), Sojo (Espanha), Facio (Argentina), Jaune (Bélgica), Tiago Hesp (Portugal), Bárbara R. (Portugal), Bigod (Portugal) e Ana Mak (Portugal).

“O ESTAU volta a celebrar o património natural, industrial e cultural de Estarreja, enquanto continua a fomentar o sentimento de pertença e identidade coletiva na comunidade. São mais 8 intervenções artísticas que retratam histórias do nosso quotidiano e da nossa herança cultural e trazem ao espaço público mensagens que pretendem promover a reflexão, o debate e a consciencialização para temas sociais e ambientais da atualidade”afirma a Vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Estarreja, Isabel Simões Pinto.

 “Ao longo mais de duas semanas, o nosso Museu a Céu Aberto continuará a crescer, a transformar-se e está acessível a todos que os que queiram visitar, ver os artistas a trabalhar ao vivo e ter experiências artísticas e culturais nas cerca de 30 atividades que estarão a decorrer ao longo do Festival”, convida.

O argentino Facio, que tem especial interesse pelos distintos elementos que acompanham a identidade de um povo e o seu território, instalou-se em Salreu para valorizar a figura de Domingos Joaquim da Silva. O benemérito Visconde de Salreu (1854-1936) é retratado na obra que está a nascer na Rua Professor Miguel Lemos, em frente à antiga escola primária. Facio tem obras em países como Marrocos, Argentina, Chile, Espanha, País Basco, Alemanha e Portugal.

Mais iniciativas a descobrir em Estarreja durante estes dias. Este sábado à noite, “Cantam Plantadas n’Água”

Para além das intervenções nas paredes ou noutros espaços menos convencionais, o programa do ESTAU inclui outras iniciativas tais como instalações, exposições, workshops, filmes, visitas guiadas, espetáculos ou música. O primeiro dia do festival, 14 de setembro, que se cruza com a abertura do museu Fábrica da História – Arroz (tema já abordado em vários murais do ESTAU, nomeadamente pelo reconhecido internacional VHILS), reserva-nos o espetáculo multidisciplinar “Cantam Plantadas n’Água” (às 21h30, na Praça Francisco Barbosa) em que o grupo “Segue-me à capela” junta-se às vozes de algumas das mondadeiras do território para enaltecer as canções tradicionais. Tal com todos os eventos ESTAU, as entradas são gratuitas.

A sessão de “Contos com fraldas” para bebés, a oficina “Ilustrar com tecido”, com Teresa Cortez ou a instalação “Gamelão de Porcelana e Cristal”, da companhia de Música Teatral são outras sugestões para esse primeiro dia, abrindo as portas a 8 dias de festival.

Desde setembro de 2016, as ruas de Estarreja transformaram-se numa galeria ao ar livre com o ESTAU. Hoje, o roteiro de arte urbana conta cerca de 50 obras de arte ou murais, conferindo um novo elemento distintivo e de atração ao território. O festival colocou a Arte Urbana a falar com a cidade, com as pessoas, com o património e com a natureza.

A edição de 2024 está inserida na programação de Aveiro 2024 – Capital Portuguesa da Cultura.

O programa do ESTAU’24 pode ser consultado em www.cm-estarreja.pt/estau. A brochura da programação pode ser descarregada aqui: bit.ly/Estau2024_programa

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