O que aconteceu a Ricardo Correia é a prova de que nunca é tarde para sonhar e que a magia pode tornar-se realidade. A sua história de perseverança é exemplar. Mais de 25 anos depois de ter começado a praticar surf, Ricardo chegou a um título nacional.
Em representação da Swell Vibe, do Furadouro, Ricardo Correia sagrou-se Campeão Nacional de Dropknee, no Campeonato Nacional de Bodyboard Master 2024 que decorreu na Praia da Tocha.
Aproveitando a ocasião, a Associação de Bodyboard de Palheiros da Tocha, em conjunto com a Federação Portuguesa de Surf, levaram também a cabo o Campeonato Nacional de Dropknee e Kneeboard Open.
E a maior surpresa estava reservada para esta prova. O título nacional em Dropknee Open, que foi disputado através de uma final direta composta de cinco atletas, viu Ricardo Correia agarrar a liderança logo nos instantes iniciais, para nunca mais a largar, sagrando-se assim campeão nacional da disciplina pela primeira vez.
“Há mais de 25 anos que alimento esta paixão pelo mar, que pratico todos os dias como se fosse o último”, conta o surfista do Furadouro, ainda incrédulo com o que lhe aconteceu. “Mas é verdade, é possível. Chegou o dia em que o sonho se tornou real”.
Apesar de ser amante das ondas há muitos anos, nunca tinha participado num circuito nacional e “para primeira vez não foi mau”. Ele nem queria acreditar: “Estar ali ao lado de figuras que me habituei a ter como referência foi o meu maior prémio”.
Aliás, quando chegou à final, “estar ao lado de nomes como Tiago Pimentão e poder partilhar uma prova com ele, foi um privilégio. Mais do que dinheiro, foi esse o meu prémio”.
Mas Ricardo Correia não foi sempre surfista. Foi profissional do ramo do calçado até há pouco tempo. A Pandemia do Covid19 fê-lo mudar de ideia e… de vida. “Tirei um curso de treinador, propus-me a ser atleta e em três anos agarrei um projeto que, de ‘hobby’, passou a ser uma ocupação da minha vida”.
Natural de Oliveira de Azeméis, é um apaixonado pela praia vareira. “Escolhi o Furadouro para viver, treinar e fundar a minha escola, porque esta é uma praia que é uma referência para esta modalidade”. “Temos bons spots que são muito requisitados quer surfistas nacionais, quer por atletas estrangeiros”.
Embora consciente dos problemas de erosão que afetam este trecho de costa, Ricardo Correia prefere enfatizar que se trata de “uma zona muito bonita e quem vem, normalmente, repete, porque os cenários são muito belos”.
Por fim, uma dúvida fica: És campeão nacional e agora? Vais ao Mundial?
“Vou pensar nisso e logo se vê o que acontece. Na verdade, ainda estou a processar o que me aconteceu.”
Eis os resultados e as pontuações finais:
01. Ricardo Correia (Swell Vibe) 6,60 pts
02. Matthew Davies (NBZM) 6,50 pts
03. José Moreira (SCV) 5,33 pts
04. Tiago Pimentão (Ericeira SC) 4,23 pts
05. Rodrigo Côrte-Real (ABPT) 2,90 pts
As pranchas drop knee são especificamente concebidas para a prática desta modalidade de bodyboard, que consiste em surfar com um joelho sobre a prancha de bodyboard. Geralmente são pranchas com nariz mais estreito e rabeta crescente para maior aderência.
Existem modelos que são exclusivos para essa modalidade, e outros que são mais híbridos, ou seja, podendo praticar tanto Dropknee quanto deitado.
