BE/Ovar: Militantes demitem-se em bloco – Comunicado público
Ao fim de dois anos de ostracização a quem manifesta pensamento critico, vários aderentes do Bloco de Esquerda em Ovar demitem-se e são solidários com a passagem a independente da autarca Conceição Soares independente na Assembleia de Freguesia da UFO.
O Sectarismo e intolerância politica que ameaça impor-se no Bloco de Esquerda em Ovar em nome de reclamados guardiões dos valores da esquerda em Ovar, e “firmeza” ideológica na defesa da linha politica do partido, bem como os métodos de desgaste politico imposto a um conjunto de aderentes em Ovar, não deixaram alternativa a uma demissão coletiva do BE assumida por parte de vários aderentes que exerceram ativismo organizados no BE de Ovar, manifestando igualmente solidariedade politica com a ex-autarca do BE na Assembleia de Freguesia da UFO (União de Freguesias de Ovar, São João, Arada e São Vicente de Pereira), Conceição Soares, também alvo de mentiras insidiosas, proclamadas num manifesto da lista que se propõe vir a orientar e coordenar o Bloco em Ovar.
A tentativa de desvalorizar a intervenção autárquica da eleita pelo BE nas autárquicas de 26/09/2021, questionam as negociações pós eleitorais realizadas entre o BE e o executivo da Junta com vista a um acordo para garantir uma maioria que viabilize orçamento a orçamento, com a garantia de serem incluídas propostas eleitorais do Bloco (o que vêm acontecendo ao longo do mandato).
Este processo negocial autárquico que gerou consenso entre a equipa negociadora do Bloco, sem aceitar lugares no executivo, deu origem a críticas da Comissão Coordenadora Distrital de Aveiro do BE (CCDA) que contestou este tipo de acordo em nome de princípios sobre política de alianças, o que acabou por influenciar alterações de posicionamentos de alguns elementos envolvidos nas negociações que vieram a pôr em causa o acordado. Posicionamentos contraditórios que mesmo em minoria acabaram por fragilizar e quebrar a confiança politica no coletivo da Comissão Coordenadora Concelhia de Ovar do BE (CCCO), nomeadamente sobre a intervenção autárquica que veio sendo desenvolvida neste órgão em que o Bloco tinha voltado a ter voz.
Neste quadro de mentiras e falta de confiança politica, a eleita assume agora o estatuto de autarca independente, para completar o mandato no respeito pelos compromissos com os eleitores.
Os aderentes do BE (incluindo ex-dirigentes e autarcas locais), que durante a primeira semana de janeiro se demitiram e subscrevem este comunicado público, foram durante dois anos sujeitos a um processo de sectarismo por parte da Comissão Coordenadora Distrital de Aveiro do BE e de abandono politico e organizativo igualmente dos órgãos nacionais, através de práticas caluniosas e métodos de negação da democracia e judiciários com recurso a processos disciplinares. Viram rejeitada a proposta de constituição de um núcleo, segundo os estatutos então em vigor, para estes aderentes se manterem organizados no seio do Bloco através de um órgão de base, como meio de garantir organização local num momento de falta de legitimidade politica e estatutária da Comissão Coordenadora Concelhia de Ovar do BE (CCC de Ovar), da qual se tinham demitido a maioria dos seus membros por falta de confiança politica (maio de 2022) a nível concelhio e distrital.
Durante dois anos a organização partidária do BE em Ovar foi desvalorizada pelos órgãos nacionais e distrital do partido, deixando os aderentes de Ovar sem qualquer plenário para discussão da situação política ou dos orçamentos de estado ou para aprofundar a frontalidade democrática entre diferentes opiniões. Vazio que só fez acentuar a crispação e as divergências que se arrastaram no tempo, perante um partido localmente sem iniciativa, nem intervenção política capaz de ser mobilizadora, para envolver os aderentes que assim estiveram longo tempo abandonados.
Foi por isso com surpresa, que, já no final de 2024, em vez de autocritica e humildade politica, relativa às responsabilidades da CCD de Aveiro no processo persecutório que se abateu sobre vários aderentes, a resposta foi recorrerem a artificialismos em nome dos estatutos para tentar legitimar soluções organizativas que persistem na missão de marginalizar e ostracizar quem pensa diferente, ou quem apenas, e no espirito da fundação do BE, quis exercer livre e democraticamente o seu direito de cidadania num espaço politico da diversidade de pensamento, na defesa de uma cultura cívica de participação e de ação politica democrática como garantia de transformação social, e da luta emancipatória da Humanidade contra a exploração e opressão.
Volvido todo este tempo de insolvência organizativa, em que os aderentes só foram mobilizados para as tarefas práticas das campanhas eleitorais. Os motivos que há cerca de dois anos levaram a CCD de Aveiro a não retificar o núcleo de Ovar, por considerar que, “ostensivamente exclui parte da militância ativa em Ovar, o que se traduz em falta de abertura e em falta de democracia”. Argumentos acusatórios, que relativamente ao processo eleitoral em curso, assessorado pela CCD de Aveiro com vista a eleger uma nova CCC de Ovar fizeram tábua rasa, para legitimar um processo pouco transparente e nada inclusivo, deixando sectariamente há margem, aderentes incómodos, e por mero “delito” de opinião, quem não se submete à mentira, práticas e métodos intolerantes de falta de democracia.
Restou assim a demissão e desfiliação do Bloco de Esquerda.
Ovar, 10/01/2025
Subscritores:
Ismael Varanda
Paulo Silva
Liberato Almeida
Conceição Soares
Fábio Almeida
José Lopes
Américo Resende