Opinião

Balanço do Futebol Concelhio da Época – João Gomes

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Terminada que está a época 2017/2018, é hora de fazer um balanço das performances dos clubes do concelho.

Começamos pela 2.ª divisão distrital, onde competiram as equipas do CD Furadouro, do CCR Válega e da AD Ovarense “B”. A equipa do mar atuou na série A, onde alcançou o honroso 4.º lugar, perto das posições de acesso ao campeonato da 1ª Divisão Distrital. A equipa orientada pelo técnico Miguel Sousa conquistou a vitória em 56% dos jogos, 15 em 27 encontros. Por outro lado, perdeu por 8 vezes, o que boicotou de certa forma as suas ambições. Com uma média de 2,26 golos por jogo, o ataque do Furadouro demonstrou ser produtivo, sendo o 2º melhor do grupo, apenas atrás do Arrifanense. Foi com as equipas do cimo da tabela que o “Fura” sentiu mais dificuldades, ganhando apenas um jogo ao S. Roque, empatando e perdendo com o Arrifanense e perdendo os dois jogos frente ao Argoncilhe. No geral da época, foi uma boa campanha da equipa do mar, ficando um pouco curta para aquilo que, a determinada altura da temporada, parecia ser bem possível, que era a subida à I Divisão, mas que não mancha a sua prestação.

O CCR Válega terminou a temporada na 11ª posição da Série B. Mais uma época em que não alcançou as expectativas, ficando à frente apenas da Ovarense “B” e do Rocas do Vouga. Contudo, conquistou mais vitórias (5) do que na época transata (2). Marcou em média um golo por jogo, sofrendo 44, o que, apesar de não ser um número lastimável, é algo que deve ser melhorado. Já se viram algumas evoluções, mas ainda pouco sólidas. No entanto, as coisas parecem estar a mudar para os valeguenses.

A Ovarense “B” foi quem teve claramente a pior prestação do grupo de equipas do nosso concelho. Apesar de ser, como a própria designação indica, uma versão B, utilizada como plataforma para os mais jovens e também para dar ritmo aos atletas com menos minutos na equipa principal, a sua campanha foi demasiado má, com várias derrotas pesadas e não conquistando qualquer ponto em 83% dos jogos. Foram ainda a pior defesa e o pior ataque, a par com o último classificado Rocas do Vouga. Será que é viável a continuidade do lado B de uma Ovarense na I divisão distrital, na próxima época?

A única equipa na I Divisão distrital foi a ARC São Vicente de Pereira, que alcançou um ótimo 5.º lugar, embora não tenha chegado para a tão desejada subida. A equipa vicentina teve uma primeira volta de alto nível, onde se destacou no segundo posto. A segunda metade foi abaixo do esperado, onde os resultados com equipas da zona mais baixa da tabela acabaram por ser fatais nas aspirações do clube. Por outro lado, conseguiram bons resultados em vários jogos frente às equipas de topo, excluindo o O. Bairro, equipa que se superiorizou das duas vezes que enfrentou os comandados de Adriano Machado. Foi o 3º melhor ataque e a 5ª melhor defesa, conquistando 60 pontos (58% do total). O novo projeto assumido augura uma época bem-sucedida, em 2018/2019. Assim esperamos.

No Campeonato Safina, as coisas não correram bem para a AD Ovarense, que desceu de divisão na 16ª posição. Com um calendário atípico, pois defrontou várias equipas candidatas de forma seguida nas primeiras jornadas, a equipa da capital do concelho não conseguiu um bom arranque de campeonato. Até ao final da primeira volta, no entanto, conseguiu recuperar e sair da zona de despromoção. Apesar de ter melhorado as suas performances, tornando-se uma equipa mais consistente, principalmente em casa, acabou por ceder em momentos cruciais da temporada, com vários pontos perdidos nos últimos minutos. Quanto aos números, a Ovarense fez 30 pontos, finalizou por 30 vezes e sofreu 52 golos, obtendo apenas uma vitória fora de portas e 7 no Marques da Silva. Na minha perspectiva, a Ovarense é um dos principais candidatos à subida no ano que se avizinha.

O SC Esmoriz foi a equipa melhor posicionado do concelho. Ainda assim, ficou um pouco aquém do expectável, atingindo o 8º lugar, mais baixo que o 5º lugar do ano anterior. Com um diferencial de golo de +1, a equipa da Barrinha não foi assim tão consistente, principalmente no panorama defensivo. As mudanças que a equipa teve ao nível da entrada e saída de jogadores pode ter sido um argumento a favor da produção não tão boa da equipa durante os 34 jogos. Ainda assim, fica um pouco escasso o seu rendimento, dado que apresentava um plantel que mesclava juventude e experiência, aliada a executantes de alta qualidade. Será que há capacidade em Ovar para se lutar com os tubarões da divisão de Elite?

Na esfera do feminino, a AD Ovarense sagrou-se campeã nacional da II divisão, um dado histórico, numa final no mínimo estranha, disputada a 2 mãos, frente ao Marítimo. A época globalmente muito positiva, terminou com o título que, na minha opinião, não é justo. A meu ver, quando se joga uma eliminatória a duas mãos, seja final ou anterior a esta, ganha quem marca mais golos no conjunto dos dois jogos, pois só assim se torna válida a vantagem. Este novo “regulamento” não premeia o esforço de quem procura mais o golo, quem é mais eficaz e de quem, na realidade, ganhou a eliminatória (7-5). No entanto, não se pode retirar o mérito às comandadas de Paulo Campino, que venceram em casa por 2-1 (1-0 em prolongamento) depois de terem sido goleadas por 6-3, na Madeira. Apesar da confusão regulamentar não deixam de estar de parabéns!

Em 2018/2019 espera-se uma temporada com mais sucesso que esta época que passou. Na vertente masculina, não houve nenhuma subida de divisão e desceu, de novo, o principal emblema do concelho, algo que entristece todos os vareiros. Na minha ótica, acho que deve haver união entre os símbolos concelhios para que a palavra de Ovar na AF Aveiro seja mais ouvida.

No feminino, o sucesso da Ovarense prova que outros clubes podem começar a apostar nesta vertente, uma vez que há valor no nosso concelho para tal.

Votos de uma excelente época!

João Gomes

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