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Bach está numa residência artística no Museu Júlio Dinis
João Francisco Távora e a cravista Rafaela Salgado
Johann Sebastian Bach morreu aos 65 anos na noite de 28 de julho de 1750. Nessa manhã, da sua cama, ditou ao seu genro e aluno Johann Christoph Altnickol, também ele organista e compositor, a harmonização de um coral, cujo texto tinha sido escrito por Paul Eber, cerca do ano 1560.
Na versão original tratava-se e continua a ser um canto destinado à liturgia protestante do tempo quaresmal, um tempo que vive com fervor em Ovar.
O moribundo Bach, profundamente religioso, aplicou-lhe o título de um outro coral, “Diante do teu trono me apresento”, fazendo dele o seu testamento espiritual.
- É à volta do compositor alemão, em plena Quaresma, que o flautista de bisel João Francisco Távora e a cravista Rafaela Salgado estão a desenvolver, em residência artística, o projeto “J. S. Bach: Transcrições Para Flauta de Bisel e Cravo”, no Museu Júlio Dinis, até sexta-feira, dia 8 de Março.
Durante este período pretendem criar um programa de concerto em torno da música de J. S. Bach, um dos compositores mais notáveis de toda a história da Música.
No próximo dia 7 de Março, eles já abrem a porta dessa residência artística para nos deixarem espreitar o que andaram a fazer, numa sessão aberta à comunidade, a partir das 15 horas. Aqui, contam apresentar o trabalho desenvolvido e explicar o enquadramento histórico do repertório do concerto.
O último dia da estadia dos músicos é para mostrar, a partir das 18 horas, o concerto “J. S. Bach: Transcrições para Flauta de Bisel e Cravo”, no Museu Júlio Dinis, com entrada gratuita e lotação limitada.
João Francisco Távora é licenciado em música antiga pela Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo – ESMAE, do Porto, na classe do Professor Pedro Sousa Silva. atualmente, encontra-se a fazer o mestrado em Música Antiga na Hochschule für Musik und Theater, Felix Mendelssohn Bartholdy“, em Leipzig, na classe do Professor Robert Ehrlich. Colabora com o Ensemble Arte Minima, grupo musical especializado na música renascentista portuguesa, com o qual tem vindo a desenvolver uma intensa atividade de gravação discográfica.
É diretor artístico e membro fundador do Musurgia Ensemble, grupo musical destinado à interpretação e divulgação de música portuguesa e europeia dos séculos XVI a XVIII. Gravou o seu primeiro álbum a solo no verão de 2023, com música de G. P. Telemann.
Rafaela Salgado nasceu em Braga mas vive em Basileia, na Suiça, onde frequenta a Schola Cantorum Basiliensis. A cravista estudou ainda no Conservatório Superior de Música de Castilla y Léon, em Espanha, e no Koninklijk Conservatorium, na Holanda. Em 2023 venceu o prémio do público do XXIV Biagio-Marini-Wettewerbs.
A residência artística é uma organização da Musurgia – Associação Cultural em parceria com a Câmara Municipal de Ovar e produção do Museu Júlio Dinis – Uma Casa Ovarense. Conta com os apoios do Ministério da Cultura, Direção-Geral das Artes e União de Freguesias de Ovar.