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Azulejos hispano-árabes encontrados na Igreja Matriz de Ovar

Os vestígios mais antigos de azulejaria, encontrados em Ovar, são datados do século XVI.

Trata-se de um conjunto de azulejos hispano-árabes descobertos na Igreja Matriz durante as intervenções arqueológicas que ali decorreram entre 1998 e 2006.

Serão, pois, contemporâneos das primeiras utilizações conhecidas do azulejo em Portugal como revestimento monumental das paredes realizadas com azulejos hispano-mouriscos, importados de Sevilha, no início do Século XVI.

As obras, promovidas pela Paróquia, pretendiam apenas requalificar o interior do imponente templo, mas a descoberta dos azulejos, entre outros achados importantes, levaram a que fosse efetuado um levantamento arqueológico que trouxe luz ao modo de viver a fé dos nossos antepassados vareiros.

De origem egípcia, a decoração cerâmica foi introduzida na Península Ibérica pelos Árabes, durante o Sec. XIII. O vocábulo azulejo provém do árabe “al-zulaich”, que significa pequena pedra polida. Primitivamente, tratou-se de mosaicos cortados a alicate, a partir de uma peça maior de barro vidrado numa só cor.

Ovar consagrou Maio a azulejo, já que é considerada a Cidade-Museu Vivo do Azulejo – título atribuído por Rafael Salinas Calado (primeiro diretor do Museu Nacional do Azulejo em Lisboa) que considerou esta arte decorativa um elemento patrimonial e diferenciador que marca a história da cidade. 

As fachadas azulejadas tornaram-se um paradigma incontornável no século XIX e XX impulsionadas pela transformação social, artística e industrial, e concentrando-se nas ruas onde se localizavam os principais serviços comerciais, políticos e religiosos.

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