Avenida da Régua: O que fazer?
Cerca de um mês depois de termos sido sobressaltados pelo atropelamento de uma jovem em cima da passadeira, este fim de semana fomos devastados por um acidente que não queríamos nunca que acontecesse. Se a Leonor recuperou, felizmente, e não corre perigo de vida, já o Miguel perdeu a vida num acidente estúpido.
Denominador comum: a Avenida da Régua. Terá esta artéria alguma relação com a sinistralidade que se vem registando ou será tudo uma grande e terrível coincidência?
É inadmissível, é desumano, é injusto, que um pai ou uma mãe tenham que chorar a morte de um filho, assim, em situações nas quais eles cumpriram tudo o que lhes ensinaram em casa e na escola. No primeiro caso, a jovem atravessou numa passadeira e mesmo assim isso não impediu que fosse atropelada. No segundo, o jovem vareiro encontrava-se no banco de trás com o cinco colocado.
Lembrem-se que o desenho da Avenida da Régua mantém-se o mesmo, inalterável há, pelo menos, duas ou três dezenas de anos – apenas se reabilitou a pista ciclável. Pelo contrário, os veículos estão cada vez mais evoluídos, há-os até eléctricos que nem se ouvem e circulam a grande velocidade, apesar de todos os limites impostos. Mesmo assim, a avenida é entrecortada por várias passadeiras para peões, conferindo uma falsa sensação de segurança. Mas será importante ou necessário tê-las desta forma, sabendo que os automobolistas não as respeitam? Ou à noite, não as vêem, sequer, arriscando a vida de quem a atravessa e olha para um lado e para o outro e não vê nenhum veículo a aproximar-se e, de repente, quando põe um pé na estrada, tem uma viatura em cima de si?
Estas passadeiras não têm luz (já a tiveram mas avariou-se a assim ficou) e a própria avenida é muito pouco iluminada e o arvoredo impede uma melhor propagação da luz pública artificial.
Enquanto vareiros, devemos a estes pais, que estão a suportar a dor mais insuportável da vida, uma posição enquanto comunidade para que se tomem medidas preventivas na Avenida da Régua, aumentando a segurança para quem nela circula – viaturas e peões. Se não o fizermos, desculpem, mas não andamos aqui a fazer nada.
Luís Ventura