Artesãos de Ovar não chegam para tantas encomendas
Encerrou o espaço que tinha durante o cordão sanitário e pensou-se que não voltaria a abrir. Mas, no dia 7 de novembro tudo mudou. A AACOP – Associação dos Artesãos do Concelho de Ovar instalou-se na Loja 36 do Centro Comercial Vida e os seus associados não têm tido mãos a medir.
“A abertura da loja está a correr muito bem e estamos sempre a ligar para os nossos colegas para criarem mais peças, porque as que estão em exposição desaparecem num instante”, revelou, satisfeita, Cátia Pinho, presidente da Direcção. Virgínia Familiar, vice-presidente, concorda, afirmando que “as visitas à loja e as vendas estão a superar as expectativas”. “Estamos a ter dificuldades para dar resposta aos pedidos, o que é bom”, sintetiza. Cátia Pinho avisa, entretanto, que estão “a trabalhar para dar resposta a todos, mas temos uma qualidade que queremos manter sempre e isso reflecte-se na execução e demora na conclusão das peças”.
A AACOP nasceu há oito anos (fundada a 19 de Setembro de 2012), na sequência de uma exposição de artesanato realizada no Furadouro. “Verificámos que não havia uma associação do género em Ovar e decidimos avançar para defender a cultura e a história da nossa região e levá-la de geração em geração”, recorda.
Cátia Pinho lembra que a associação esteve instalada num outro espaço que fechou durante a cerca sanitária e esteve quase para desaparecer. “Em Junho, voltámos a reunir e elegemos uma nova Direcção para imprimir uma nova dinâmica”, refere a responsável, adiantando que os objectivos “não são apenas vender, mas também levar a arte a todas as gerações, incentivar a formação interna, pois os nossos artesãos são formados e certificados, e ainda dinamizar ‘workshops’ abertos ao público, destinados desde os mais pequenos aos adultos”. Aliás, atalha Virgínia Familiar, “se não fosse a COVID já estaríamos a levar a efeito ‘workshops’ de Natal, e a pensar nos de Carnaval, Dia da Mãe, etc”, revelando que, em Janeiro, vão surgir algumas propostas “on-line”.
Cátia Pinho recorda que “a possibilidade de abrir esta loja no Centro Comercial Vida foi importante, porque esta Administração acreditou no trabalho que fazemos com muito carinho e horas de inspiração”. O projecto passa por ter a loja aberta, com produtos originais executados pelos associados, e ter diariamente um artesão a trabalhar ao vivo, “o que é muito interessante para todos”, sustenta Cátia Pinho.
Os visitantes do centro comercial podem sempre entrar na loja da AACOP e ter a sorte de encontrar um dos 18 associados a trabalhar em costura criativa, tecelagem, azulejaria, cerâmica, pintura em tecido, macramé, “patchwork”, bonecas, brinquedos em madeira, entre outros, “aliando o tradicional ao moderno, ou seja, executando peças contemporâneas com recurso a técnicas dos nossos antepassados”, aponta Virgínia Familiar.
Cátia Pinho ressalva que a associação está sempre à procura de novos associados “com trabalhos diferentes do que já temos, para nos fortalecer”, e anuncia a criação de uma loja “on-line” para poder vender mais produtos para além dos que estão expostos em loja.
Ler artigo de Luís Ventura in Diário de Aveiro.