Quando começamos a ter presentes as iniciativas do Estado português que são batizadas com nomes anglo-saxónicos percebemos que chegamos ao fim de uma linha.
Se dermos uma volta pelo nosso Portugal verificamos que estas expressões estrangeiras não são somente utilizadas pelo poder central, mas são sobretudo utilizadas pelo poder autárquico, na linha da frente do contato com as pessoas.
Quem ainda não reparou nas “green weeks”, nos “workshops” e nos “meetings” autárquicos que são anunciados por esse país fora?
Estamos entregues a uma obsessão com o estrangeiro, e tudo com a conivência do Estado. A nossa língua é a nossa identidade, e é bem demonstrativo da confusão em que caiu o país que, mesmo enquanto pede a adoção do português como língua oficial da ONU, o Estado o despreze dentro das nossas fronteiras.
Assim vai o nosso Estado: sem amor próprio, sem dignidade nacional, quebrado e servil diante de tudo o que chega de fora – incapaz de entender que Portugal não é um pedaço de mercado global. É uma nação. E as nações dão-se ao respeito.
Paulo Freitas do Amaral
Professor de História
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